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Desconfiado da abordagem de Biden sobre o Irã, Israel revisita as opções militares, diz o jornal

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encantou Netanyahu ao desistir do acordo nuclear de 2015 com o Irã

Por Jornal do Brasil
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Publicado em 14/01/2021 às 08:50

Alterado em 14/01/2021 às 08:50

Netanyahu reprodução redes sociais

Israel está revisando opções militares para um possível confronto com o Irã, noticiou um jornal israelense nesta quinta-feira (14), enquanto o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu se prepara para divergências com o novo governo dos EUA sobre a política nuclear iraniana.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encantou Netanyahu ao desistir do acordo nuclear de 2015 com o Irã e impor novamente as sanções que foram levantadas em troca de limites às atividades que poderiam, potencialmente, produzir armas nucleares no futuro.

Teerã respondeu violando muitas dessas restrições. O presidente eleito Joe Biden quer voltar ao acordo se Teerã - que nega ter procurado a bomba - voltar ao cumprimento estrito.

Israel, alarmado com a retórica iraniana de que é um estado que não deveria existir, desconfia da linha mais branda, embora as ameaças de ação militar dos EUA de Trump não tenham impedido os movimentos nucleares do Irã.

Um artigo de primeira página no jornal de maior circulação de Israel disse que os militares estão elaborando três opções para “minar os esforços nucleares do Irã ou, se necessário, conter a agressão iraniana, que em breve será apresentada ao governo”.

O jornal "Israel Hayom" não citou nenhuma fonte. Mas continuou citando o ministro da Defesa, Benny Gantz, dizendo: “Israel precisa ter uma opção militar sobre a mesa”.

Israel há muito tem planos para combater o Irã. O artigo parecia projetado para sinalizar que eles agora estavam sendo atualizados.

Durante a administração democrata anterior de Barack Obama, que defendia a diplomacia com o Irã, Israel ocasionalmente ameaçava ataques aéreos preventivos contra instalações nucleares iranianas.

Algumas autoridades americanas na época duvidaram que Israel - cujas forças armadas avançadas incluem um arsenal nuclear de renome - pudesse atingir efetivamente alvos iranianos que estão distantes, dispersos e bem defendidos.

Autoridades israelenses expressaram esperança de que Biden manterá a campanha de "pressão máxima" de Trump sobre Teerã, envolvendo sanções duras, até que o programa nuclear iraniano seja desmantelado.

Mas um deles, o ministro das Finanças, Israel Katz, reconheceu na Rádio do Exército: “Há controvérsias (com Biden) a respeito da perspectiva do Irã, e é claro que isso será um desafio”.

Katz pareceu encorajado pela intenção de Biden de incluir o programa de mísseis balísticos do Irã em qualquer renegociação do acordo nuclear. A escolha de Biden para conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, sinalizou abertura, durante uma entrevista à CNN em 3 de janeiro, para consultar “atores regionais” - uma possível alusão a Israel.

O ministro da Inteligência israelense, Eli Cohen, disse à Ynet TV que o governo de Netanyahu ainda não estava em diálogo formal com o novo governo. Mas questionado se Israel estava tentando, por meio de canais informais, influenciar Biden no Irã, Cohen disse: “Sim. Existem esforços. ”( com agência Reuters)