Após desperdiçar um pênalti e ver o Flamengo virar uma partida ganha contra o
Santos, o meio-campista Elano revelou uma tentativa de sequestro a seu pai no
início da semana e disse que prefere ir embora do clube caso a torcida mantenha
as críticas ao seu futebol. O atleta foi bastante vaiado na noite desta quarta,
na Vila Belmiro, durante do revés alvinegro por 5 a 4.
"Na segunda-feira minha mãe ligou para a mãe dos meus filhos e disse que meu funcionário chegou e falou que meu pai estava amarrado. Só que não era ele. Aí, os bandidos pegaram camisas minhas da Seleção, agasalhos, e viram que ele era meu pai. Ontem (terça) voltaram para pegá-lo porque viram que era meu pai. Não é justificativa, mas só quero ficar agarrado com a minha mãe, em Deus. É uma semana para apagar. Não estou justificando, ainda sou um cara abençoado", declarou sobre o incidente com seu pai.
"Essa foi uma semana difícil, complicada, meu pai quase foi sequestrado duas vezes, aconteceram coisas tristes, assumo a responsabilidade, mas não posso generalizar. Quem me vaiou está com a razão, não posso fazer isso em um jogo tão importante. Prefiro ir embora (se as vaias virarem rotina)", ameaçou o meio-campista.
O sítio do meio-campista em Iracemápolis, sua cidade natal, foi invadido e assaltado no último fim de semana. Além disso, os bandidos tentaram por duas vezes sequestrar o seu pai, mas fracassaram. Por isso, Elano pede paciência com seu mau momento profissional e pessoal.
"Não estou sendo direto e nem duro. Aqui é a minha casa e me sinto bem. Não estou disposto a passar por essas situações por tudo que fiz no Santos. Se eu não tivesse uma história aqui, seria uma ocasião diferente. Estou aqui há seis meses e ganhei dois títulos, fui artilheiro e voltei à Seleção. É o pior momento da minha carreira", disse.
Contratado junto ao Galatasaray, Elano retornou à Vila Belmiro no início deste ano com status de craque de Seleção Brasileira. Xodó da conquista do Campeonato Brasileiro de 2002 e um dos protagonistas dos títulos paulista e da Libertadores da atual temporada, o atleta vive uma má fase há algumas semanas e não consegue reencontrar o futebol. Por isso, pede apoio dos torcedores.
"Errei o pênalti porque fiz diferente do que estou acostumado. Não quero que meu passado seja apagado por qualquer erro que eu venha a cometer. Vim aqui falar do meu erro, peço desculpas aos torcedores e peço paciência a eles. Procurem me respeitar. Só cito 2002 e Libertadores, peço respeito. Na noite de hoje estão com a razão, mas que no próximo eu possa trabalhar em paz", finalizou.