O Jorginho que assumiu interinamente o Palmeiras em 2009 após a demissão de Wanderley Luxemburgo com discurso tímido e de tom conciliador, aparentemente, não existe mais. Apresentado nesta segunda-feira como novo técnico da Portuguesa, o ex-atleta se mostrou calejado após passagens infrutíferas por Goiás e Ponte Preta, e se emocionou ao negar a fama de parceiro dos jogadores.
"Tenho um ditado para esse negócio de parceria, mas ele não pode ser dito aqui. Sou casado há 20 anos e hoje tenho um filho. Ele já apanhou quando precisou, e o outro filho também. Fui duro quando tive que ser. Não foi à toa que ele foi um profissional, uma pessoa correta", disse, em alusão a Leonardo, que atuou nas categorias de base do Palmeiras e morreu em 2008, vítima de atropelamento.
Com os olhos marejados, tentou mostrar firmeza para afastar o estilo conciliador, comum a Sérgio Guedes, Oswaldo Alvarez e Vagner Benazzi, técnicos que o precederam sem sucesso na Portuguesa. "Tem a mão que vai e a mão que volta. Se você me tratar bem, também vou te tratar bem. O atleta gosta que você fale a verdade, e eu sou assim. Não tem esse negócio de parceiro, não", garantiu.
Jorginho ainda lembrou de as passagens por Ponte Preta e Goiás. No clube paulista, não conseguiu manter boa fase e alcançar o acesso à Série A do Campeonato Brasileiro. No entanto, teve bons momentos: conquistou série de seis vitórias seguidas, algo inédito no time desde 1979. No Goiás, tentou livrar o time do rebaixamento no Brasileiro, mas caiu quando a Série B era destino praticamente certo.
"Da mesma forma que outros treinadores poderiam estar sendo apresentados aqui hoje, eu também poderia acertar com outros clubes. Mas tem treinador com muita cancha que não conseguiria tirar o Goiás da última colocação, avisar a diretoria que o time ia cair, e ninguém acreditar. Se tivessem acreditado, não teria caído", disse, incomodado com as contestações por conta do pouco tempo de carreira como técnico.