Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, completa neste sábado, 23 de outubro, 70 anos. Presente em três das cinco Copas do Mundo conquistadas pelo Brasil, e autor de mais de mil gols, o ex-jogador também demonstrou sua faceta artística nas telas. Ao todo, entre documentários e ficções, participou de 13 filmes e algumas séries de televisão.
O Rei, que já afirmou em entrevista ter cogitado ser ator, chegou a interpretar personagens que não tinham nenhuma relação com o esporte. É o caso do escravo Chico Bondade, que lutava pela liberdade de seus companheiros, no filme A Marcha, de 1972. Apesar disso, nas telonas, seus maiores sucessos também se passaram em histórias que ocorreram dentro das quatro linhas.
Em Os Trapalhões e o Rei do Futebol, o eterno camisa 10 do Santos virou goleiro do Independência Futebol Clube. Na meta da equipe de Cardeal (Renato Aragão), não só pegou um pênalti como, em seguida, ainda fez gol de tiro de meta. Sucesso de público, o filme foi visto por cerca de 3.6 milhões pessoas, em 1986.
Em Hollywood
Antes disso, em 1981, Pelé e Sylvester Stallone - já conhecido por Rocky Balboa - protagonizaram um inusitado encontro em Fuga para a Vitória. A história se passa durante a Segunda Guerra Mundial e retrata um grupo de prisioneiros das forças aliadas que é desafiado para um jogo de futebol contra os nazistas.
O ex-jogador do West Ham United, John Colby (Michael Caine) assume a condição de capitão e técnico do time. Em busca dos melhores jogadores entre os companheiros, surpreende-se com o espantoso controle de bola demonstrado pelo cabo Luis Fernandez (Pelé). Nascido em Trinidad e Tobago e não muito afeito a táticas, Fernandez, que aprendeu tudo o que sabia jogando com laranjas quando era criança, se tornaria o grande craque do grupo
A partida, como não poderia deixar de ser, teve ares dramáticos. Os alemães facilmente abriram 4 a 0 e, ajudados pela arbitragem omissa, passaram a agredir os rivais que nada podiam fazer.Um gol no fim do primeiro tempo e outro no início do segundo mudaram o panorama do jogo. Os germânicos se acuaram e não resistiram à pressão. Com um golaço de bicicleta, o personagem vivido pelo Rei conseguiu o improvável empate e levou a torcida ao delírio.
Além de Pelé, participaram do filme estrelas como o jogador inglês Bobby Moore, o argentino Osvaldo Ardiles,o polonês Kazimierz Deyna, e o belga Paul Van Himst. Embora a obra não seja tão conhecida no Brasil, recebeu uma indicação ao prêmio principal do Festival Internacional de Moscou de 1981.
Eterno
Em 2004, o diretor Anibal Massaini Neto lançou o documentário Pelé Eterno. Fruto de cinco anos de pesquisa, o filme narra sua trajetória desde a infância, quando prometeu ao pai Dondinho - após a derrota de 1950 - que ele mesmo conquistaria a Copa do Mundo, até a consagração como atleta profissional. São cerca de 400 gols - incluindo a recriações de dois de que não se tem registro -, 3 mil fotografias e 1500 manchetes de jornais
Enriquecem a obra depoimentos de amigos e ex-jogadores que contam casos curiosos envolvendo o rei do futebol. O homem que um dia foi capaz de fazer com que uma guerra civil na atual República Democrática do Congo fosse interrompida, momentaneamente, para que o Santos pudesse jogar, quem diria, corria para a casa do amigo com medo das broncas da mãe Celeste.
Filmografia
1962 - O Rei Pelé
1971 - O Barão Otelo No Barato dos Milhões
1972 - A Marcha
1974 - Isto é Pelé
1979 - Os trombadinhas
1981 - Fuga para a vitória
1983 - A vitória do mais fraco
1985 - Pedro Mico
1986 - Os Trapalhões e o Rei do Futebol
1987 - Sede de vencer
1989 - Solidão, uma linda história de amor
2001 - Mike Basset: O treinador Inglês
2004 - Pelé Eterno