2025 na NBA
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O ano de 2025 chega ao fim na próxima semana, e agora é hora de fazermos uma retrospectiva dos fatos mais importantes que ocorreram na NBA. Estas foram as histórias que mais chamaram a nossa atenção ao longo deste 2025.
O Oklahoma City Thunder venceu seu primeiro campeonato da NBA sobre um aguerrido Indiana Pacers, em uma série de sete jogos carregados de dramaticidade. Para os Pacers, ficou aquele gosto amargo de que poderiam ter ido até o final se não fosse a lesão de Tyrese Haliburton, logo aos cinco minutos do primeiro quarto do Jogo 7.
O impacto foi devastador em mais de um sentido para Indiana, já que a equipe construiu uma campanha de playoffs dos sonhos, eliminando o Milwaukee Bucks, o Cleveland Cavaliers — líder da conferência — e o rival New York Knicks. E, cá entre nós, o desespero é completamente compreensível: é muito mais fácil imaginar o Oklahoma City do MVP Shai Gilgeous-Alexander voltando às finais da NBA ao menos mais duas vezes até o fim da década do que os Pacers.
A vitória do Thunder quebrou mais um dogma da NBA. Se o Golden State Warriors de Stephen Curry mostrou que era possível vencer apostando pesado na bola de três pontos, o Thunder comprovou que a prática do tanking — perder de propósito para angariar escolhas de draft — pode dar certo. Além disso, o general manager Sam Presti aprendeu com os próprios erros. Ele enxergou no canadense Gilgeous-Alexander uma peça central para o futuro da franquia e, mesmo jovem — hoje com 27 anos —, garantiu que seu físico não fosse desgastado nas temporadas em que o time optou por perder. Shai teve controle de minutos comparável ao de veteranos e, quando a equipe atingiu a maturidade, estava fisicamente inteiro.
O chamado “modelo Thunder” também passa por um controle rigoroso da folha salarial. Em 2025, vimos equipes gastadoras como Phoenix Suns e Boston Celtics evitando pagar salários elevados a veteranos e jovens promessas. Hoje, o Excel é tão ou mais importante do que o scout na NBA. Infelizmente, houve “vítimas” pelo caminho, como Damian Lillard, que, mesmo lesionado, foi dispensado de forma sumária pelo Milwaukee Bucks.
Uma sombra que pairou sobre a NBA em 2025 foi a das apostas. A investigação do FBI envolvendo Terry Rozier — inocentado pela liga, mas indiciado pelos federais — pegou muito mal. Para piorar, surgiram fortes evidências de que Chauncey Billups, ex-técnico do Portland Trail Blazers e membro do Hall da Fama, teria usado seu prestígio como ex-jogador e figura da NBA para aliciar pessoas em esquemas de jogos fraudados de pôquer. Para fechar o capítulo “policial”, ainda houve o escândalo envolvendo o patrocínio da Aspiration a Kawhi Leonard, do Los Angeles Clippers.
Apesar do cenário preocupante envolvendo Billups, para nós, brasileiros, houve um lado positivo. O Portland Trail Blazers confirmou Tiago Splitter como técnico principal da equipe, tornando-o o primeiro brasileiro a comandar um time da NBA. Em quadra, Gui Santos representou o país vestindo a camisa do Golden State Warriors. Em um elenco em constante ebulição, Santos demonstrou maturidade e uma ética de trabalho muito acima da média para sua idade.
A maior história do ano, no entanto, foi a troca de Luka Doni para o Los Angeles Lakers. O movimento fez com que o nome de Nico Harrison — então general manager do Dallas Mavericks — se tornasse conhecido mundialmente ao trocar um talento geracional por jogadores que considerava “as últimas peças” para a conquista de um título. O resultado foi desastroso: de um time que vinha das finais da NBA em 2024 e precisava apenas de um Doni um pouco mais saudável, o Dallas se transformou em um verdadeiro Cérbero, com várias cabeças — todas se chocando entre si.
O ano de 2025 é daqueles que parecem não acabar nunca na NBA. As questões envolvendo apostas e o início da trajetória de Doni nos Lakers serão lembradas como um marco zero de situações que se estenderão por 2026 em diante. Já olhando para o próximo ano, a liga encara o desafio de encontrar novos ídolos para substituir a geração histórica de Stephen Curry e LeBron James, que se aproxima do seu pôr-do-sol. Que venha 2026!
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Luto
O basquete brasileiro está de luto. Faleceu no dia 25 de dezembro, aos 77 anos, o técnico Cláudio Mortari. Comandante da era de ouro do Sírio, foi campeão mundial em 1979 e levou a seleção brasileira ao quinto lugar nos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980.
Mortari ainda comandou equipes como Bradesco, Corinthians, Pirelli, Telesp, Rio Claro, Mogi das Cruzes, Mackenzie, Flamengo, Campos, Paulistano, São Bernardo, Pinheiros e São Paulo. Vai fazer muita falta por aqui.