Caminho sem volta?

Por PEDRO RODRIGUES

O Corinthians de Elinho em quadra. Por enquanto

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Essa semana traz a seleção brasileira de volta à quadra pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026 e a definição da sonolenta — e cada vez mais desnecessária — NBA Cup. Caminhava para ser um período tranquilo, até que a bomba explodiu na terça-feira (25). De forma exclusiva, o podcaster do Café Belgrado, Guilherme Tadeu, publicou no X que o Sport Club Corinthians iria encerrar suas atividades no basquete.

Passado o susto, veio o espanto: a situação era pior do que imaginávamos. O Corinthians pretende não apenas acabar com o basquete de alto rendimento — o time adulto do NBB e o feminino na LBF —, mas extinguir o basquete como um todo, inclusive as categorias de base. Há muitas camadas nessa história, e precisamos começar pelo topo. O Corinthians atravessa uma crise política, financeira e gerencial profunda. Claro que, se o resultado em campo — no futebol, naturalmente — estivesse acontecendo, a pressão não seria tão alta.

Com o futebol patinando, respinga em todos os departamentos. No caso do basquete corintiano, dói ainda mais pela história e pelo peso da camisa, mas prevalece aquele pensamento básico quando falamos de esporte olímpico no Brasil: se não ganha, não serve. O São Paulo, campeão da BCLA em 2022, é uma exceção rara.

Vale uma recapitulação rápida sobre a participação do Timão no NBB desde sua volta em 2018. O time retornou após vencer a Liga Ouro (inclusive, já leu entrevista completa).

Do outro lado, a arquibancada também precisa fazer sua parte. Em quadra, o time tem entregado. Cabe à Fiel lotar o ginásio Wlamir Marques — e não apenas comentar no Instagram. Essa é a pressão popular que funciona.

Daqui, torcemos pela continuidade do projeto corintiano. O NBB — e principalmente o basquete brasileiro — precisa do Corinthians.