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NAS QUADRAS - Tudo sobre basquete

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Por PEDRO RODRIGUES
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Publicado em 24/12/2022 às 07:00

Alterado em 24/12/2022 às 11:50

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Paz na Terra

Como é tradição na NBA, ‘Bate o sino’ não tão pequenino em alguns dos ginásios mais famosos da Liga. O dia de Natal é tratado como uma data-chave para o calendário da NBA, se não pelo quesito esportivo, mas pelo quesito mercadológico. Afinal, grande parte do mundo está em casa curtindo o Natal, e nada como passar o dia de Natal vendo jogos com craques como Lebron, Doncic e Antetokounmpo.

Esperamos sinceramente que tenhamos boas partidas para esse dia de Natal. Não tem nenhuma partida com um apelo gigante desde daquele memorável Miami Heat contra Lakers de 2004 (vídeo 1 abaixo), o primeiro confronto de Shaq contra Kobe depois da troca do gigante pivô. Para falar a verdade, o último grande jogo natalino, aquele que trouxe discussões acaloradas on-line, foi o Cavs e Warriors, de 2016, que teve um final fantástico e uma das piores arbitragens de todos os tempos. Para relembrar a partida, video 2 abaixo.

 

VÍDEO 1

 

VÍDEO 2

 

 

Antes de comentarmos cada um dos jogos deste ano, vamos falar de quem não está. Os critérios para um time jogar o dia de Natal nem sempre são muito claros. Aqui valem as agora populares “regras não-escritas”:

 

1. Teremos uma “revanche" da final ou alguma final de conferência;

2. Lebron James em quadra;

3. O New York Knicks joga no primeiro horário. Faça chuva, sol, neve, o Knicks, por pior que esteja, joga no Natal.

 

Brincadeiras à parte com o Knicks, isso acontece devido à proximidade da sede da NBA ao icônico ginásio Madison Square Garden. Os funcionários e os altos executivos aproveitam o dia e vão ver o jogo. É uma tradição.

Este ano, a NBA fez muito bem em não recompensar dois times que “pisaram na bola” por motivos diferentes. Claro que estamos falando do Los Angels Clippers e do Brooklyn Nets. O Clippers é um caso estranho. O time procura sair da sombra do Lakers, faz todo um trabalho de reformulação dentro e fora da quadra e simplesmente não coloca seus melhores jogadores para jogar. Sem a certeza que Kahwi Leonard e Paul George entraram em quadra, a NBA faz bem em deixar o Clippers “na geladeira”. Já o Nets, depois de toda a confusão com o indefensável Kyrie Irving, vai ter que ralar muito para que a liga volte a dar uma plataforma ao time. E parabéns a NBA por ter feito isso.

 


Vamos ao jogos:

 

New York Knicks vs. Philadelphia 76ers (14h., horário de Brasilia - jogo em Nova York)

Depois de muito tempo, o Knicks parece ter encontrado um caminho para ser pelo menos competitivo. Isso passa pelo armador Jalen Brunson e uma feliz mudança de mentalidade do técnico Tom Thibodeu. Ao privilegiar jovens como Immanuel Quickley, Mitchell Robinson e RJ Barrett, em detrimento a veteranos como Evan Fournier, o Knicks conseguiu um belo equilíbrio entre defesa e ataque. Hoje o time está entre os 10 melhores no ataque e na defesa. Com o sistema funcionando, o time não precisa que Julius Randle entre em modo “herói" toda a partida.

Já do outro lado, o 76ers vem se recuperando das pancadas que levou no começo da temporada. As maiores delas foram as lesões que derrubaram James Harden e Tyrese Maxey. Quem teve que segurar as pontas, como sempre, foi Joel Embiid. O pivô gosta destes jogos e promete infernizar a defesa do Knicks.

Palpite: 76ers com Embiid com mais de 30 pontos

 


Los Angeles Lakers vs. Dallas Mavericks (16h30, horário de Brasilia - jogo em Dallas)

Até uma semana atrás, o confronto entre Lebron e Doncic prometia muito. Isso porque depois de muito tempo, o Lakers tinha em uma forma exuberante o ala/pivô Anthony Davis. O jogador estava com médias de 27 pontos e 12 rebotes por partida, e fez a torcida de Los Angeles se lembrar o porquê de o time pagar um preço tão alto pelo jogador. Bastou uma nova lesão para que os torcedores lembrassem o porquê da desconfiança toda em Davis. Sem Davis, o Lakers é um time esforçado com Lebron James. E só.

Já o Dallas não está muito longe. Luka Doncic é um talento geracional e carrega praticamente sozinho o time do Texas. Os números não mentem. Doncic tem 32 pontos, 8 rebotes e 8 assistências em média na temporada. Isso com somente 23 anos. Jogar no Natal, em um dos palcos mais altos da NBA, é apropriado para Doncic. Pena que o time não é.

Palpite: Vitoria do Dallas

 

 

Milwaukee Bucks vs. Boston Celtics (20h., horário de Brasília - jogo em Boston)

Se puder escolher uma, somente uma, partida para assistir, este é a nossa recomendação. A partida entre Celtics e Bucks promete ser um “final de conferência” antecipada para dezembro. O Boston conta com sua dupla dinâmica, Jayson Tatum e Jaylen Brown, para tirar a supremacia do leste do Grego Giannis Antetokounmpo. E não falta artilharia para isso. O Celtics tem hoje o melhor ataque da NBA, com média de 117 pontos por partida. Pena que a defesa, que foi a característica principal do time no ano passado, tem melhorado com a volta de jogadores importantes como Robert Williams. Mas não se enganem: o Celtics vence com seu arsenal.

Já o Bucks assusta os outros times da liga, já que mesmo sem estar sem sua força máxima, ainda é um dos melhores times da NBA. Este ano, o All Star Khris Middleton ainda não voltou 100% à sua forma, mas surgiram surpresas como Grayson Allen e Jevon Carter para contribuir com os pontos que fazem falta sem Middleton. Além de Giannis, fiquem de olho em Jrue Holiday. O armador está tendo uma temporada sensacional, 18 pontos e 7 assistências, e tem sido um perfeito segundo em comando para Giannis.

Palpite: vitoria do Bucks

 


Golden State Warriors vs. Memphis Grizzlies (11h horário de Brasilia - jogo na California)

“Há algo de podre no reino da Dinamarca”. A famosa frase de Hamlet pode ser aplicada a esse time do Golden State. Desde o famoso soco de Draymond Green em Jordan Poole, antes da temporada começar, o time convive com turbulências, lesões e atuações abaixo da crítica fora de casa. Enquanto o time tinha Steph Curry ainda existia alguma esperança, sem ele, fora por uma lesão no ombro, a coisa desandou de vez. O Warriors hoje é uma sombra do time que ele é. Para piorar, Andrew Wiggins segue fora também. Se o time não jogasse em casa, diríamos que ele é presa fácil para o seu adversário.

Do outro lado, o Grizzilies, de Ja Morant, não tem nada com os problemas do Warriors. O time pode contar com Desmond Bane para aumentar ainda mais o sofrimento do atual campeão da NBA. Se existe um motivo para assistir à partida, se chama Ja Morant. O jogador hoje é o mais explosivo e criativo da NBA. Além de ter aquele arrogante charme da juventude para derrotar “o seu irmão mais velho”.

Palpite: Vitoria do Grizzilies

 


Phoenix Suns vs. Denver Nuggets (1h30 horário de Brasília - jogo no Colorado)

Os dois times têm histórias parecidas nesta temporada da NBA: os dois são fortes o suficiente para a temporada regular, mas faltam peças para vencer um campeonato. A grande diferença entre os dois times se chama Nikola Jokic. O pivô do Denver, atual MVP da NBA, é o motor do time. Enquanto Jokic (24 pontos, 11 rebotes e 9 assistências) está em quadra, o Denver compete com qualquer time da liga. Sem ele, o time murcha. Enquanto Jamal Murray não voltar à sua forma pré-lesão, se é que vai voltar um dia, o Denver não conseguirá dar o próximo passo.
O Phoenix Suns se encontra na mesma situação. Falta algo a mais para o time chegar à terra prometida. O time continua competitivo, apesar de ter Chris Paul voltado de lesão, Cam Johnson e Cam Payne fora e Devin Booker questionável por (quem diria) uma lesão. O time vive uma relação complicada com o jovem pivô DeAndre Ayton, que essa semana teve uma séria briga com Mikal Bridges e o técnico Monty Williams. Até o Suns resolver suas questões dentro e fora de quadra, o time está estacionado.

Palpite: vitoria do Denver

 


Feliz ano velho

Crise na CBB? Sem tempo, irmão. Agora só ano que vem.

 


Feliz Natal e ótimo 2023 para todos.

 

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