ESPORTES

NAS QUADRAS - Tudo sobre basquete

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Por PEDRO RODRIGUES
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Publicado em 12/05/2022 às 11:03

Alterado em 12/05/2022 às 11:07

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Eclipse

Os playoffs da NBA continuam sendo o grande momento da temporada. Entre as diversas histórias deste ano, somos testemunhas da fagulha de uma boa rivalidade entre a juventude do Memphis Grizzlies e os calejados Golden State Warriors, e a possível ida à final de conferência do time de operários do Miami Heat. O que não estamos vendo em quadra? Algumas das maiores estrelas da NBA.

Podemos argumentar que a culpa não cai em jogadores como Lebron James e Kevin Durant, e sim na incompetência das suas respectivas diretorias em montar times capazes de amplificar os talentos dos fora-de-série da NBA. Pode até ser, mas me parece que alguns dos atores mais importantes da NBA não entenderam que o cenário mudou. A última grande mudança ocorreu no começo da última década. A famosa decisão de Lebron James de ir para o Miami em 2011 e montar um time com Dwayne Wade e Chris Bosh mudou a dinâmica. Não bastava ter um excelente técnico, GM e time. Se você não aceitasse os termos da superestrela, sem chance de conseguir assinar aquele agente-livre para o time. A situação trouxe resultados para Cleveland, que conseguiu seu título com Lebron. O problema ocorreu quando James saiu da equipe para assinar com o Lakers. A situação era de terra-arrasada.

Kevin Durant fez um processo parecido com o Nets. Depois de dois títulos pelo Golden State, Durant queria ter um time para chamar de seu, um "trabalho autoral", digamos. Com Kyrie Irving às turras com seu time na época, o Boston Celtics, Durant contatou Irving e propôs os dois jogarem juntos no Brooklyn. O Nets, que fazia um trabalho excepcional recuperando jogadores que não renderam em outros times, aproveitou a chance de trazer as estrelas. Adeus jovens talentos e o bom técnico Kenny Atkinson. Bem-vindos técnico calouro Steve Nash e grupo de veteranos. Nem precisa dizer que deu errado.

Lakers e Nets possuem dois dos maiores jogadores da história, e eles não conseguem levar os times para as finais da NBA. O Lakers de Lebron é mais grave ainda, já que nem para os playoffs se classificou. Enquanto Lebron passeia nas Ilhas Maldivas, Durant curte as finais da EuroLiga e Kyrie Irving se encontra no multiverso da loucura, a NBA andou. Steph Curry do Warriors e Giannis Antetokounmpo do Bucks carregam a chama das superestrelas, novas faces como Devin Booker do Phoenix Suns, Joel Embiid do 76ers e Ja Morant do Memphis dão novos passos para chegar no Olimpo da NBA.

 


Quarteto fantástico

Os quatro primeiros colocados na temporada da NBB confirmaram a sua diferença técnica em quadra e confirmaram a ida às semifinais do maior campeonato do Brasil. A diferença destes times é tão grande que somente o Minas precisou realizar um jogo quatro para fechar sua série contra a Unifacisa. De resto, Franca venceu o jovem Pinheiros, o surpreendente Flamengo, tal e qual uma fênix, passou pelo paulistano, e o melhor time do Brasil, o São Paulo de Bruno Caboclo, não tomou conhecimento do Bauru de Alex Garcia. Todas estas três séries fecharam em 3 a 0.

Ao contrário dos últimos anos, o NBB está completamente em aberto. Qualquer um dos 4 times tem chances de ganhar com uma ligeira vantagem para o São Paulo. Porém, não é possível descartar nenhum resultado. Bem-vindos a um dos NBB mais imprevisíveis da história. São duas finais antecipadas!

 


Vamos ao palpites:

 

Macaque in the trees
A briga será boa entre o São Paulo, de Marquinhos, e o Franca, de Lucas Mariano (Foto: Marcos Limonti/Liga Nacional de Basquete)

 

1. São Paulo x Franca - Os deuses do basquete nos deram essa final antecipada. O tricolor paulista continua "nas nuvens" depois de vencer a Basketball Championship League desse ano, e quer confirmar o projeto de basquete como vencedor. Isso passa muito pelos talentos de Bruno Caboclo. Um dos maiores nomes da atual Seleção Brasileira de Basquete conseguiu no São Paulo mostrar todo o seu talent, e parece genuinamente feliz em jogar por estas bandas. Otimo para o jogador e melhor ainda para o basquete nacional. Para ajudar Caboclo, o melhor jogador da ultima década por aqui, Marquinhos, continua absurdamente decisivo. Duplamente decisivo, diria. Em quadra e fora dela. Marquinhos é um dos líderes deste time e tem se dedicado de corpo e alma para alcançar os resultados. Completam as armas do time do Morumbi os excelentes Elinho e Cordero Bennett. O que pode complicar para o tricolor é sua rotação muito curta e um cuidado especial com as faltas em Caboclo.

Do outro lado, o Franca quer confirmar que tem o melhor time do Brasil, e devolver a derrota no campeonato paulista para o São Paulo. Com o trio Georginho-Lucas Mariano-Lucas Dias, os francanos têm quase 60% do time titular da Seleção Brasileira atual em quadra e querem finalmente vencer os seu primeiro NBB. Completam o elenco o excelente David Jackson e Scala na armação. E Marquinhos que se prepare porque Jhonatan Luz vai pertubar seu antigo colega de Flamengo.


Palpite: São Paulo 3 x 2 Franca

 

Macaque in the trees
Olivinha do Flamengo batalha com Renan do Minas (Foto: Orlando Bento/Liga Nacional de Basquete)

 

2. 123Minas x Flamengo - O 123Minas conseguiu nesta temporada passar por um dos obstáculos que mais pertubaram o time durante os últimos anos: o Flamengo. Em 2021, foram derrotas na BCLA e no NBB que impediram o time de Minas Gerais ir mais longe. Este ano a história foi diferente. O Minas impôs ao Flamengo, jogando no Maracanazinho, uma dura derrota (71 a 63) no Super8, e depois repetiu a dose na BCLA, de novo na casa do Fla. Nas duas vitorias, o armador Alexey e o pivô Maique pertubaram a defesa do Rubro-Negro. Com o melhor estrangeiro do país em seu elenco, Shaq Johnson Sr., e o arisco Gui Deotado, o Minas tem todas as condições de passar para as finais do NBB. E olho no Gui Santos! O jovem do time Mineiro já é uma realidade para o mercado nacional e pode alçar voos mais altos em breve.

Já o Rubro-Negro virou uma incógnita. Se em fevereiro o time de Gustavo de Conti teve atuações espectaculares no Campeonato Intercontinental, o time esteve bastante inconsistente e sofreu derrotas duras. A pior de todas, com certeza, foi contra o Minas na BCLA deste ano. E é isso que o técnico Gustavo De Conti deve usar como motivação para seus comandados. O time que conseguiu o maior feito do basquete Rubro-Negro desde 2014, com o bicampeonato Intercontinental, ainda não conseguiu encantar o seu torcedor. Se o Flamengo jogar como jogou nos dois últimos contra o Paulistano, o Fla pode sonhar em passar para a final.

Palpite: Flamengo 1 x 3 Minas

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