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NAS QUADRAS - Tudo sobre basquete

Por PEDRO RODRIGUES, [email protected]
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Publicado em 05/05/2021 às 10:02

Alterado em 05/05/2021 às 10:02

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Oásis

Damon Stoudemire, Grant Hill, Robin Lopez, Jason Richardson e Steve Nash: este foi o último time do Phoenix Suns a jogar os playoffs da NBA no longínquo ano de 2011. Uma derrota por 111 a 103 para os eventuais campeões, o Lakers de Kobe Bryant.

E a seca acabou depois da vitória sobre o Clippers, 109 a 101, nesta semana. A torcida do Phoenix Suns finalmente pode encerrar a “década perdida” logo no primeiro ano do armador Chris Paul na equipe, que tem sido fundamental. Na vitória contra o Knicks, na segunda-feira, Paul marcou 7 pontos nos últimos minutos da partida (cesta final aqui) e acabou com a alegria do pessoal da Grande Maçã. Contra seu ex-time, o Los Angeles Clippers, dos desafetos Steve Ballmer e Rajon Rondo, outra performance para guardar na memória. Depois de um começo discreto no primeiro tempo, com apenas 3 pontos, o craque de 35 anos marcou seus 25 pontos no segundo tempo e acabou com as esperanças do Clippers de conseguir a vitória (recap aqui).

Macaque in the trees
O Phoenix Suns ressurgiu das cinzas nesta temporada da NBA (Foto: Michael Tipton Flickr)

 

Com o Suns nos playoffs e seu jogo estelar não só nesta, mas na temporada anterior, começaram rumores de que Chris Paul poderia ganhar o prêmio de jogador mais valioso da temporada, o MVP. É possível, mas do jeito que Nikola Jokic (vide imagem da semana) está jogando com seu Denver Nuggets, ainda muito bem na temporada, mesmo perdendo seu segundo melhor jogador em Jamal Murray, o prêmio deve ir para o pivô do Colorado. Os torcedores do Suns contam com o histórico para afirmar que o MVP será Chris Paul. Todas as vezes em que o Suns trocou por uma superestrela da Liga, este jogador acabou MVP. Aconteceu quando Charles Barkley chegou no Arizona em 1992, e com Steve Nash quando retornou a Phoenix vindo do Dallas. Pena que o resultado não foi o esperado para os dois MVPs. Barkley ainda conseguiu chegar às finais e Nash teve como “teto” as finais de conferência.

Apesar de tudo, os torcedores do Phoenix já começaram a coçar a cabeça, preocupados com a temporada 2021/2022. Acontece que, historicamente, a diretoria não lida muito bem com sucesso. O exemplo mais recente foi o time de 2014 que quase chegou aos playoffs com um recorde de 41 vitórias e 41 derrotas, e implodiu na temporada seguinte. E o pós-temporada será animado. Os contratos de calouros de Mikal Bridges e DeAndre Ayton expiram na próxima temporada, e não esperem negociações fáceis. Ayton já avisou que quer o Max Contract (em tradução literal, “o contrato máximo”), o que custaria uma fortuna para os cofres do Suns. E se o time for bem nos playoffs, como segurar a pressão da torcida e dos jogadores para tentar ir mais longe?

E finalmente chegamos em Devin Booker. O jovem jogador de apenas 24 anos comeu o “pão que o diabo amassou” nos seus primeiros anos de carreira. Teve diversos treinadores e mais sucesso individual do que coletivo. Entre seus sucessos destacam-se a honra de ser um All Star em 2020 e 2021 e vencer o torneio de 3 pontos em 2018. Agora ele precisa mostrar para a Liga e o mundo que o futuro da franquia passa por ele. Uma campanha de respeito nos playoffs pode colocá-lo em um patamar atingido recentemente por Donovan Mitchell, do Utah Jazz, quando logo na sua temporada de calouro levou o Jazz a semis de conferência. Caso Booker passe da primeira rodada e o Suns faça uma série competitiva com um peso-pesado da Liga como um Clippers ou Lakers, o Suns atrairá toda a atenção de agentes-livres, já que terá um time para competir por anos e anos. Já se Booker falhar nos playoffs…

 

Macaque in the trees
Varejão em ação pelo Flamengo, seu último clube. O Cavs anunciou o jogador na ultima semana (Foto: LNB)


Mi Buenos Aires querida

Curioso o comportamento das redes sociais brazucas em relação aos nossos jogadores. Quando aparece uma notícia de Gabriel Deck, Campazzo e até mesmo o carrasco Luís Scola, é um tal de louvor, agradecimento, gratidão que dá gosto de ver.

Pois bem, foi só sair o anúncio que o Cleveland Cavaliers assinou para o resto da temporada com o pivô veterano Anderson Varejão, que surgem chacotas e questionamentos. Ora, não importa por que o Cavs fez, mas se o fez foi por reverência a tudo o que Varejão fez pelo time e a cidade. O fato deveria ser encarado como uma homenagem a um belo jogador e sua fantástica personalidade que jogou, e bem, durante mais de uma década na NBA, pela Seleção Brasileira e recentemente pelo Flamengo.

O mínimo que temos que fazer por Varejão, Splitter, Leandrinho, Alex, Marquinhos e outros que defenderam a Seleção em períodos terríveis da CBB e brilharam na NBA é agradecer e reverenciar o que eles conquistaram. Aqui eles só têm seus méritos validados para aquela selfie marota ou dancinha tiktok para ajudar os números do canal do influencer...

E quem deve ser cobrado por não existir Gabriel Decks e Franco Balbis por aqui são os dirigentes e não os jogadores!