
Dever de casa feito, apesar do sufoco. Ao ganhar do Atlético-MG por 2 a 1, ontem, no Maracanã, o Flamengo deu sequência ao sonho do título e, de quebra, acalmou a situação do ameaçado técnico Maurício Barbieri. Com a surpresa Trauco sendo decisivo e muito susto no final, Willian Arão e Paquetá marcaram para o time carioca, que chegou aos 48 pontos e segue no G4, contra um de Leonardo Silva.
Diante de 36 mil torcedores, o jogo começou a mil. No primeiro minuto, o lateral com alma de ponta-esquerda Trauco, uma das surpresas da escalação inicial, fez grande jogada e rolou para Willian Arão, praticamente da marca do pênalti, escolher o canto e vencer o goleiro Victor.
Embora melhor, o time carioca, como vem se tornando rotina, levou gol de escanteio. Mal marcado, Leonardo Silva, um dos maiores cabeceadores da história recente do clube mineiro, subiu entre Arão e Paquetá para empatar aos 22.
Paquetá alivia massa
Barbieri mudou no intervalo. Trocou o insosso Matheus Sávio pelo inoperante Vitinho. Mas quem fez bonito foi de novo Trauco. Ressuscitando para o elenco, o peruano alçou bola na cabeça de Paquetá, que colocou mais uma vez o time à frente.
Depois de ser salvo pelo travessão num chute prensado de Fábio Santos, aos 30, Barbieri sacou Vitinho sete minutos depois para mandar Marlos Moreno a campo.
Recuado, o rubro-negro cozinhou a vitória, mas se assustou com um chute forte de Leonardo Silva, que tirou tinta da trave esquerda de Diego Alves, e uma cabeçada contra de Réver, após falta cobrada no último lance da partida.
Flamengo: Diego Alves, Pará, Réver, Léo Duarte e Trauco; Cuéllar, Willian Arão, Lucas Paquetá, Éverton Ribeiro e Matheus Sávio (Vitinho, depois Marlos Moreno); Henrique Dourado (Piris da Motta). Atlético: Victor, Emerson, Leonardo Silva, Iago Maidana e Fábio Santos; José Welison, Elias e Tomás Andrade (Cazares); Luan (Edinho), Chará e Ricardo Oliveira (Denilson). Juiz: Rodolpho Toski Marques (PR). Cartões amarelos: Pará, Henrique Dourado e Emerson.
Barbieri minimiza substituição
Começar com o jovem Matheus Sávio no lugar de Vitinho foi uma surpresa e tanto. Contudo, mandar a campo o atacante no reinício, após o intervalo, e sacá-lo 37 minutos depois soou estranho. Segundo o técnico Maurício Barbieri, nada pessoal contra a maior contratação do clube.
“Vitinho é um grande jogador, confiamos nele”, elogiou o treinador. “Naquele momento precisávamos de alguém com mais velocidade. O Marlos se encaixa nisso, conseguiu dar uma ou duas arrancadas. Tenho que pensar no que é o melhor para a equipe”.
O técnico alegou que o próprio adversário fez parecido, quando sacou com 35 minutos de jogo o argentino Tomás Andrade para colocar Cazares.
“Isso mostra que os treinadores estão atentos à beira do campo, intencionados em fazer suas equipes crescerem”, sentenciou Barbieri, que não poderá contar com o atacante Henrique Dourado, suspenso pelo terceiro amarelo, sábado, contra o Bahia, em Salvador.