Jornal do Brasil
SÃO PAULO - Em seu pregão de estréia, a ação da OGX Petróleo e Gás concentrou quase 40% do volume negociado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) ontem. A novidade, em parte, roubou a cena das ações da Petrobras, no dia seguinte ao anúncio da nova descoberta de petróleo da companhia. O papel ordinário da companhia de Eike Batista encerrou seu primeiro pregão com valorização de 8,31%, cotada a salgados R$ 1.225. Na abertura, chegou a subir 19%.
O pregão encerrou com perdas, completando oito dias de queda em 10 dias úteis neste mês. Apesar da descoberta da Petrobras ter favorecido o desempenho das ações da estatal, as fortes perdas no setor de telecomunicações também provocaram um impacto negativo. O Ibovespa, termômetro dos negócios da Bolsa paulista, sofreu perda de 0,17%, para os 67.203 pontos. O giro financeiro foi de R$ 7,03 bilhões.
Os negócios com as ações da empresa de Eike Batista movimentaram R$ 2,54 bilhões no pregão. A oferta das ações da empresa no IPO alcançou R$ 6,711 bilhões, segundo dados registrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o que fez desse o maior IPO (oferta inicial de ações) já realizado na Bovespa. O recorde anterior pertencia ao lançamento da Bovespa Holding, em outubro do ano passado, que representou R$ 6,625 bilhões.
Diferentemente de outros IPOs, o pequeno investidor ficou de fora da oferta OGX. A oferta foi restrita aos investidores acima de R$ 300 mil. Agora que os papéis estão em pregão, a situação não mudou muito. Isso porque neste momento só é possível adquirir lotes de pelo menos cem ações, e cada uma vale R$ 1.225. Os papéis foram valorizados pelas expectativas positivas de longo prazo, somadas à alta nos preços do petróleo no exterior.
Na quinta-feira, a Petrobras anunciou a descoberta de outra jazida de óleo leve na Bacia de Santos, nos reservatórios do pré-sal, no bloco BM-S-9, onde já foi anunciada outra área de exploração em setembro do ano passado, no poço Carioca.
A ação preferencial da petrolífera, o papel mais influente do Ibovespa, valorizou 1,59%, para
R$ 45,90 no pregão, em que movimentou R$ 1 bilhão.