Apesar da iminente e recorrente crise do gás, as distribuidoras discordam da idéia de aumento no preço do gás, já informada pela Petrobras. Um caminho que a Abegás poderá tomar, mas não definido ainda, é questionar a definição de preços do gás no Cade. "O preço do gás não pode ser definido pelo agente que é o único produtor e que também define o preço de combustíveis que competem com o gás", disse.
Laudorio, porém, disse que a culpa da crise do gás é de todos: "É complicado sair à caça de culpados. Se há planejamento ou não, é culpa de quem faz, se há aumento do consumo, é culpa de quem aceita", falou, durante palestra promovida pela Câmara Britânica de Comércio (Britcham).
Pelas regras atuais, o ONS despacha os geradores de energia pela ordem de custo da eletricidade. Mais baratas, as hidrelétricas têm prioridade. Mas quando o nível da água fica abaixo da curva de aversão, o ONS aciona as térmicas a gás, na frente da fila em relação às movias a óleo.
As distribuidoras de energia alertam que planejar a escassez é possível em São Paulo, mas não no Rio. O consumo industrial de 4 milhões de metros cúbicos diários pelas indústrias fluminenses é bem menor do que os 12 milhões que os paulistanos usam no setor. O impacto de uma térmica no Rio, portanto é três vezes maior do que em São Paulo, como alerta o presidente da Abegás.
(Sabrina Lorenzi - InvestNews)