Na visão da corretora, este cenário seria antecipado com a realização das reformas, que resultariam em maior crescimento sem gerar pressões inflacionárias. No entanto a sinalização do Governo não deixa espaço para otimismo.
Pela análise de Carvalho, é o elevado nível de reservas internacionais (cerca de US$ 130 bilhões) que está levando os agentes a acreditar no grau de investimento. "Infelizmente, não acreditamos que somente o nível de reservas é suficiente para garantir a aceleração do processo. Com certeza, uma combinação entre alto nível de reservas internacionais e reformas estruturais faria diferença nesse caso, mas não estamos tão confiantes na habilidade do governo de passar essas reformas."
A questão fiscal, também ressaltada pelas próprias agências de classificação, é o principal motivo de atraso no investment grade. Somam-se a este problema, o baixo crescimento e a alta carga tributária. Outro problema apresentado pela corretora é que em um cenário de mais pessimista não haveria possibilidade de aumento de impostos para substituir o financiamento da dívida pelo mercado, criando instabilidade na trajetória da dívida.
Mesmo assim, os prêmios observados nos mercados já estão precificando os benefícios do grau de investimento. Para o economista, isso ocorre por causa de investidores que não estão olhando para os investimentos em dívida, e que consideram que a vulnerabilidade externa é a única questão importante. "De fato, os grandes fundos de
pensão e empresas de seguro ainda não podem investir aqui, mas todos os demais players que não possuem restrição estatutária estão se beneficiando deste cenário benigno."
Esta semana, a agência de classificação de risco Standard & Poor's elevou a classificação de risco soberano do Brasil para BB+ deixando o País a um passo do almejado investment grade. A ação segue o anunciou feito semana passada, pela Fitch Ratings que deu a largada na rodada de avaliações ao também classificar o país como BB+.
(EC - InvestNews)