ASSINE
search button

Setor de adaptação veicular ganha mercado

Compartilhar
SÃO PAULO, 28 de fevereiro de 2007 - A lei de cotas, que obriga empresas com mais de 100 funcionários a preencher 3% a 5% de suas vagas com pessoas portadoras de deficiência física, está impulsionando o mercado de adaptação veicular no País.

A Cavenaghi, empresa líder nacional em adaptação veicular, comércio de equipamentos de habilitação, adaptação, mobilidade e serviços especializados para este setor, detém 70% de market share e deve repetir este ano os 25% de crescimento obtidos em 2006.

'Praticamente não temos grandes concorrentes. Apenas pequenas empresas que trabalham com o produto, fabricado artesanalmente', informa a diretora executiva da companhia, Mônica Cavenaghi.

No entanto, segundo a executiva, o mercado deverá crescer muito com a fiscalização mais intensa do Ministério Público sobre as empresas, no que se refere à contratação de pessoas portadoras de deficiência física, no intuito de se fazer cumprir a lei. 'Com mais portadores de deficiência física em postos de trabalho, maior será o número de consumidores de produtos de adaptação veicular. Acredito que hoje circulem pelas ruas do País mais de 50 mil automóveis adaptados', diz Mônica. A Cavenaghi adapta mensalmente cerca de 300 carros apenas na linha de direção (embreagem, direção, freios etc.) , com produtos que variam de R$ 600,00 a R$ 3.500,00.

'As adaptações veiculares são viáveis também em carros usados, desde que em boas condições mecânica e elétrica, para não interferir no bom funcionamento do produto', alerta a executiva.

'Há também uma nova linha, especial para pessoas com deficiências físicas severas. São produtos mais caros e que envolvem o trabalho profissional de engenheiros e terapeutas ocupacionais', diz.

Mônica informa ainda que a empresa lança em média dois equipamentos exclusivos por ano para atender a pessoas com necessidades especiais. São produtos com soluções inéditas e grande mobilidade para o dia-a-dia para proporcionar cada vez mais qualidade de vida a essas pessoas.

No ano passado, a Cavenaghi apostou forte no elevador portátil de transferência Multilift. O equipamento funciona com uma base fixa instalada no carro e tem a função de transferir a pessoa em cadeira de rodas para dentro ou para fora do veículo com o apoio de um elevador elétrico.

Para Mônica, o setor de adaptação veicular é um mercado promissor. Segundo o IBGE, existem cerca de 24,5 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil. Na cidade de São Paulo, o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) informa que são expedidas por mês cerca de 240 habilitações especiais.

São pessoas que, com a ajuda de empresas especializadas, de montadoras e incentivos fiscais do governo, conseguem tornar realidade o direito de dirigir seu próprio veículo. Para os veículos 0KM, não são cobrados Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (ICMS), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), e Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). Esses descontos fazem o preço do carro cair, em alguns casos, em até 30%. Anualmente, o faturamento com a venda de automóveis com isenção de impostos e adaptações veiculares chega a R$ 320 milhões, segundo dados da Feira Internacional de Reabilitação (Reatech) de 2005.

Segundo Mônica, outro fator que reforça a importância desse mercado é que 46% da população de pessoas portadoras de deficiência física pertencem às classes A e B (dados do IBGE).

De olho no potencial do setor, a Cavenaghi começa 2007 ampliando seus investimentos, com a inauguração, em abril, da segunda loja em São Paulo. A nova unidade, na qual será investido meio milhão de reais, soma-se à loja da fábrica que já funciona na capital paulista e à rede de 40 pontos autorizados que a Cavenaghi mantém em todo o Brasil.

(Silvana Orsini - InvestNews)