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Analista diz que PIB de 2,9% ainda está longe do ideal

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Agência JB

RIO - O resultado do crescimento de 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) não surpreendeu a ninguém, muito pelo contrário, ficou dentro do que o mercado estimou para o ano de 2006 e muito próximo dos 3% que previa o Banco Central, desempenho muito longe do ideal.

Para o analista econômico da Consultoria Guedes & Pinheiro, José Ricardo Bernardo, o Brasil precisa buscar um crescimento maior, mais robusto, com sustentabilidade, algo em torno de 5%.

- É o que prevê o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) proposto pelo governo Lula.

Para Bernardo, devido a alguns problemas persistentes em nossa economia, como o elevado déficit previdenciário, o crescimento de 5% aparenta-se bastante ambicioso, muito embora, esteja ainda longe dos 8,5% e 10,3% alcançados pela Argentina e pela Venezuela, respectivamente, em 2006.

No entanto, o analista ressalta o perigo de se crescer muito de forma não sustentada. De acordo com ele, é melhor crescer 5% durante muitos anos do que crescer 10% em 2007 e voltar a crescer 2% em 2008.

- Essa oscilação é prejudicial à economia. Um aquecimento econômico muito acelerado pode elevar a demanda do país, o que muito provavelmente pressionaria os índices de preços e os elevaria a patamares superiores a meta da inflação do Banco Central (BC), hoje em 4,5% ao ano. Tal fenômeno forçaria o BC a parar com os sucessivos cortes nos juros e voltar a subi-los, o que iria totalmente contra as pretensões do PAC e nos retornaria a taxas de crescimento menores, o que não é desejável - explica Bernardo.