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Falta de unanimidade indica ritmo de corte menor em 2007

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SÃO PAULO, 30 de novembro de 2006 - A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de anunciar um corte de 0,5 ponto percentual na Selic veio em linha com as expectativas do mercado. Com isso, a Selic encerra o ano em 13,25% ao ano, menor patamar desde 1986. Mesmo assim, o Brasil se posiciona na primeira colocação do ranking de maiores juros do mundo.

A falta de consenso entre os membros do colegiado foi o que mais chamou atenção ontem. Enquanto cinco membros do Comitê votaram a favor do corte 0,5 pp, três se mostraram favoráveis a um movimento mais cauteloso, com uma redução de 0,25 pp.

Na avaliação da LCA Consultores, a falta de unanimidade reforça a expectativa de redução no ritmo de cortes as Selic já na primeira reunião de 2007, agendada para o dia 24 de janeiro.

Segundo a avaliação da LCA, a expectativa de que a redução do juro básico será mais lenta em 2007 decorre sobretudo do fato de que o Banco Central vem alertando, em seus documentos recentes, que passará a adotar uma postura mais cautelosa na condução da política monetária. "Essa cautela tende a ser estimulada pelo atual contexto de sustentação do crescimento econômico e de juros reais mais baixos."

Outro ponto a reforçar, na visão da consultoria, é a expectativa de que a inflação ao consumidor assumirá trajetória um pouco menos confortável nos próximos meses, devendo acelerar na esteira do repasse, para os preços dos alimentos no varejo, do expressivo repique recente, observado nos preços de diversos produtos agropecuários no atacado; do reajuste de algumas tarifas públicas, principalmente de transportes urbanos; e do aumento de contratos privados, como mensalidades escolares e condomínios.

Embora esses focos de pressão tendam a ser passageiros, é provável que levem as medidas de núcleo da inflação ao consumidor a tornar a figurar em níveis próximos (ou mesmo ligeiramente superiores) aos 4,5% anuais estabelecidos como meta para o IPCA em 2007. "Por essa razão, nosso cenário básico continua a pressupor que o Banco Central optará por uma ´pausa´ na flexibilização da política monetária em sua segunda reunião do Copom de 2007, marcada para seis e sete de março."

(EC - InvestNews)