EFE
WASHINGTON - Os Estados Unidos terão uma boa temporada de vendas natalinas apesar do desaquecimento de sua economia, o que é uma boa notícia para os países que exportam para o maior mercado do mundo, segundo os analistas.
- Vai ser um bom ano, mas não excepcional - disse Gus Faucher, diretor de macroeconomia do 'Economy.com', um serviço da agência de classificação de risco Moody's.
Um desemprego situado em apenas 4,4%, o mais baixo em mais de cinco anos, e a queda dos preços da energia são música para os ouvidos dos lojistas, pois os consumidores têm mais dinheiro para gastar.
Nos Estados Unidos a temporada natalina começou oficialmente nesta sexta-feira, o dia seguinte ao feriado de Ação de Graças. Pela primeira vez algumas lojas de departamento abriram na quarta-feira à noite, ou à 0h de quinta-feira, anunciando 'super ofertas' para atrair os americanos.
Os primeiros sinais confirmam as previsões dos analistas. Shoppings em vários pontos do país informaram que as filas de clientes que esperavam a abertura das portas foram mais longas que nos outros anos.
Faucher prevê que as vendas cresçam 6%. Diane Swonk, economista-chefe da empresa Mesirow Financial, de Chicago, espera 5,1%. A Federação Nacional do Comércio (NRF, em inglês), calcula 5%. No entanto, descontada a inflação, a alta fica em 2,7%.
Os números incluem o faturamento previsto pelas vendas via internet. Segundo uma enquete realizada pela Associação, 47,1% dos americanos planeja comprar na rede durante o Natal, contra 36% de 2003.
- Embora os vendedores saibam que a temporada apenas começou, todos estão animados pelo interesse e pelo número de clientes - disse em comunicado Tracy Mullin, presidente da NRF.
A Associação de Comerciantes afirmou que os produtos mais populares na abertura da temporada foram os aparelhos eletrônicos e os brinquedos, graças aos descontos oferecidos pelas lojas em TVs de alta definição, robôs, reprodutores de MP3 e consoles de videogame.
Swonk também acredita que este ano será bom para lojas de artigos de luxo, como jóias, peles e vinhos exclusivos. Nos EUA 'há uma nova safra de milionários, que não se importam em pagar US$ 200 por uma bolsa', disse.
No entanto, a economista prevê números mais fracos nas vendas de móveis, eletrodomésticos e outros artigos para o lar, devido à estagnação do setor imobiliário. As previsões também são fracas para barcos e automóveis grandes, apesar de os preços da gasolina terem caído. Os veículos de baixo consumo continuam recebendo a preferência.
- O impacto da queda nos preços da energia só será sentido em meados do próximo ano - disse Swonk.
Uma boa temporada de vendas natalinas poderá recuperar uma economia que vem mostrando sinais claros de desaceleração. O crescimento anualizado foi de apenas 1,6% no terceiro trimestre.