ASSINE
search button

Índice bate 24º recorde do ano a 42.070 pontos

Compartilhar
SÃO PAULO, 23 de novembro de 2006 - A falta de referencial externo não intimidou os investidores, que mantiveram o movimento de compra e impulsionaram o mercado para cima dos 42 mil pontos. O índice chegou a bater os 42.308 pontos, mas no final do pregão as compras perderam ímpeto. Ainda assim, o Ibovespa encerrou em alta de 0,37%, aos 42.070 pontos, nova máxima histórica e 24º recorde do ano. O giro financeiro ficou em R$ 2,19 bilhões, prejudicado pelo feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.

O patamar de 42 mil pontos foi testado em nove de maio, quando o índice encerrou aos 41.979 pontos. Depois disso a instabilidade externa levou a um movimento de realização mundial que puxou o índice para os 32.847 pontos em 13 de junho. A retomada ganhou força em outubro, quando a Bolsa encerrou o mês com ganho de 7,72%. A alta acumulada em novembro já é de 7,14%. O ganho do ano supera 25%.

A retomada coincide com o retorno dos investidores estrangeiros. De acordo com a Bovespa, até o dia 17 de novembro, o saldo de investimento estrangeiro estava positivo em R$ 421 milhões. O movimento fica mais evidente se observado o saldo acumulado no ano. Depois de bater R$ 3,2 bilhões positivos em abril, o saldo caiu para R$ 2,4 bilhões negativos em agosto, e a agora está em menos R$ 376 milhões, ou seja, uma entrada líquida de mais de R$ 2 bilhões. Mantida a tendência, o saldo estrangeiro certamente encerra 2006 em território positivo.

De acordo com Sílvio Campos Neto, economista do Banco Schahin, a conjuntura segue positiva e o sinal que vem da economia norte-americana é de inflação em queda e economia ainda em crescimento. No front interno, ficam as expectativas para o próximo mandato de Lula sobre a parte fiscal, desoneração e crescimento.

Ainda de acordo com Neto, a elevação na perspectiva do rating soberano, de estável para positiva anunciada ontem pela Standard & Poor´s, também contribuiu para o sentimento positivo.

No âmbito corporativo, o destaque fica por conta das ações do Submarino (SUBA3), que avançaram 15,8%, para R$ 60,80. Foi confirmada hoje a intenção de fusão com a também varejista virtual Americanas.com. O valor do negócio não foi revelado, mas estima-se que supera os R$ 7 bilhões. Em direção contrária, as ações das Lojas Americanas (LAME4) caíram 8,25%, para R$ 100,00.

Como parte do acordo será criada a B2W - Companhia Global de Varejo, que terá suas ações negociadas no Novo Mercado. Cada ação atual do Submarino será substituída por uma ação da B2W, que terá 53,25% de seu capital sob controle das Lojas Americanas e 46,75% com o Submarino. O acordo prevê também o pagamento de R$ 500 milhões em dividendos aos acionistas do Submarino e um aporte de, no mínimo, R$ 175 milhões na B2W por parte da Americanas na Americanas.com.

Dentro do Ibovespa, as ações ON da Eletrobrás (ELET3) subiram 7,36%, para R$ 48,85. O papel PNB (ELET6) avançou 3,54%, para R$ 45,25. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende tornar a companhia uma ´Petrobras do setor elétrico´. Segundo Campos Neto, a sinalização traz ao mercado a expectativa de que o governo terá de vender parte de sua participação na empresa para realizar os investimentos necessários. Segundo o especialista, a parte de geração elétrica ainda requer pesados investimentos.

Segurando um melhor desempenho do índice, as ações da Petrobras (PETR4) caíram 0,56%, para R$ 44,20. A Vale (VALE5) ganhou 0,08%, para R$ 49,55.

Bom desempenho para o Pão de Açúcar (PCAR4), que subiu 4,74%, para R$ 69,50 e Natura (NATU3), que ganhou 2,39%, R$ 30,41.

(Eduardo Campos - InvestNews)