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Economista critica 'engenharia financeira' do pacote

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SÃO PAULO, 23 de novembro de 2006 - Enquanto o governo não conseguir diminuir o tamanho do Estado na economia, reduzindo seus gastos correntes, as medidas tomadas continuarão a ser paliativas. Essa é a opinião do economista-chefe da RC Consultores, Marcel Pereira, para quem a idéia de usar recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS) para subsidiar a casa própria para famílias de baixa renda não é a ideal por representar mais uma "engenharia financeira". "O excesso de criatividade na hora de encontrar recursos mistura alhos com bugalhos no Orçamento", afirma. "O governo deveria usar outras fontes de recursos para essa medida."

Ao mesmo tempo, ele diz acreditar que medidas direcionadas a alavancar o setor de construção civil têm peso para movimentar a economia. Isso porque esse setor é altamente empregador de mão de obra - em sua maioria formal - , e o estímulo pode elevar o nível de emprego, renda e, conseqüentemente, do consumo.

O economista lembra ainda que a medida tem um lado social positivo, pois dará melhores condições de financiamento para habitação às pessoas de baixa renda. Segundo Pereira, foi por meio de um forte programa habitacional que o governo chileno conseguiu zerar o número de favelas naquele país. "É claro que o Brasil ainda está longe disso, mas é um exemplo a ser seguido", diz.

(Simone Cavalcanti - InvestNews)