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Compras no exterior já somam US$ 80,4 bilhões

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Agência JB

RIO - Compras no exterior já somam US$ 80,4 bilhões

As compras de produtos importados já somam, neste ano, US$ 80,427 bilhões, valor 24,8% maior que o registrado no mesmo período do ano passado. Mesmo assim, o saldo positivo da balança comercial continua crescendo, com superávit de US$ 39,875 bilhões. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento. As exportações crescem em ritmo menor que as importações, com alta de 16,2%, e atingem até agora a marca de US$ 120,302 bilhões.

A previsão do Desenvolvimento é de um saldo comercial de US$$ 44 bilhões neste ano, com exportações de US$ 135 bilhões e importações de US$ 91 bilhões. Já a previsão do mercado financeiro é de US$ 45 bilhões.

Em 2005, a balança comercial brasileira registrou um superávit de US$ 44,764 bilhões, um recorde histórico.

A balança comercial registrou um saldo positivo de US$ 720 milhões na segunda semana do mês (dias 13 a 19), contra US$ 774 milhões da semana anterior. As vendas de produtos ao exterior somaram US$ 2,393 bilhões e as compras, US$ 1,673 bilhão.

Em novembro, o superávit já soma US$ 1,984 bilhão.

Importação sustenta alta do consumo

Exportações: investimentos são enfraquecidos por dólar barato. Indústria prevê menos emprego

Simone Cavalcanti e Rita Karam

São Paulo. As vendas de bens de consumo vêm crescendo a um ritmo quase duas vezes mais rápido que o da produção, descompasso que está sendo suprido pelas importações. A tendência é que esse comportamento se fortaleça no próximo ano, pois a demanda por produtos baratos se manterá aquecida e não há, no horizonte, indicativos de que ocorra um fortalecimento do dólar mais forte a ponto de inibir as compras externas.

Do ponto de vista de controle da inflação, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, diz acreditar que o movimento é positivo, pois dá oportunidade para continuar com o consumo elevado enquanto as condições ao investimento estão sendo criadas. Assim, reduz-se a pressão sobre os preços em 2007.

Para os representantes da indústria, há efeitos deletérios ao crescimento mais forte do PIB: desestímulo a investimentos e desistência de contratações.

Nos 12 meses encerrados em agosto, as vendas ao consumo cresceram 5,10%, enquanto a fabricação desses produtos aumentou apenas 2,99%, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período, o ingresso de bens importados foi 35,6% maior.

Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Newton de Mello, falta consumo para garantir o investimento. As vendas da indústria brasileira de bens de capital tiveram queda de 3,2% até setembro e somaram R$ 40,58 bilhões pelas contas da associação.

O economista-chefe do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), Edgard Pereira, ressalta que, diferentemente do que ocorreu na década passada, o volume de bens de consumo importados é maior e os preços se mantiveram em níveis similares.

O impacto de quantidade desloca a produção e a indústria perde volume físico para os importados.

O panorama geral, segundo avaliação dos representantes da indústria, tem desestimulado investimentos, principalmente daquelas empresas que já estão se ressentindo do nível da taxa de câmbio para continuar suas exportações.

Segundo o economista-chefe do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), Carlos Cavalcanti. O efeito posterior, completa, é a desistência para novas contratações. Outro impacto citado tanto por Pereira quanto por Alexandre Mendonça de Barros, professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), é que, no curto prazo, o maior ingresso desse tipo de importação faz com que um pedaço do aumento da demanda, que poderia fazer o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescer mais fortemente, vaze para fora do país, conseqüentemente contraindo a produção nacional.

Mas, avalia o economista da FGV, no longo prazo, isso não é um problema.

A experiência de outros países mostra que o aumento do fluxo comercial cria dinamismo econômico.

Sem perspect