ECONOMIA

Cresce o número de brasileiros que investem na Bolsa

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Por Jornal do Brasil
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Publicado em 21/01/2021 às 12:47

Alterado em 21/01/2021 às 12:50

. Foto: Freepik

Em meio à crise econômica, a Bolsa de Valores aponta o aumento do número de brasileiros investidores. Um crescimento fundamental para a manutenção da economia.

Se até pouco tempo atrás, investir na bolsa de valores era algo restrito a profissionais da economia, hoje mais e mais pessoas têm se interessado por essa forma estratégica de ganhar dinheiro. E mesmo com um cenário econômico com altos e baixos, cresce o número de brasileiros que investem na Bolsa.

Os investimentos dos brasileiros

Ainda em 2019, a Bolsa de valores do Brasil celebrava os resultados positivos no quesito número de novos investidores. Essa entrada foi essencial para o equilíbrio da Bolsa, que sofria com as retiradas de valores recordes de estrangeiros que investiam por aqui.

Quando a pandemia do novo coronavírus começou a impactar a economia do país, houve uma projeção de recessão e, é justamente em cenários como esse que as pessoas optam por não investir na Bolsa de valores, fugindo dos riscos característicos desse tipo de mercado.

Entretanto, contrariando as previsões, ao longo de 2020 o número de investidores brasileiros na Bolsa teve um crescimento. Segundo dados da B3 (Brasil Bolsa Balcão), em novembro de 2020 eram 3,17 milhões de contas cadastradas, enquanto nesse mesmo mês, em 2019, o número era de 1,6 milhão.

Esses novos investidores entraram para o mercado de ações em uma das fases que, de acordo com especialistas, está entre as mais conturbadas dos últimos anos, uma vez que as oscilações econômicas eram frequentes.

Os CPFs de novos investidores apontam que há um interesse crescente tanto por ações quanto por fundos de investimento imobiliário, sendo que as pessoas contam com mais informações e até preparo para lidar com as incertezas que esse mercado apresenta.

Outros investimentos também se popularizaram
Além do investimento em ações e fundos imobiliários, outros mercados das chamadas rendas variáveis também apresentaram crescimento em 2020.

Um bom exemplo está nas criptomoedas, que surgiram como uma opção interessante por não estar conectada com nenhum país, como acontece com moedas tradicionais como o Dólar e o Euro.

A procura pelas criptomoedas foi um dos fatores que levou o Bitcoin a ter um crescimento expressivo logo nos primeiros dias de 2021. Em um gráfico de cotação Bitcoin, é possível observar os picos de aumento dos últimos dias.

E quem investiu nas criptomoedas em 2020 tem motivos para comemorar, afinal, atualmente um Bitcoin equivale a mais de R$ 180 mil.

Macaque in the trees
. (Foto: Freepik)

Outro tipo de investimento que viu a popularidade aumentar é o ETF, um tipo de fundo de investimento em que o desempenho oscila de acordo com os papéis que estão inclusos na carteira.

Muitos investidores iniciantes optam ainda pelos fundos geridos por determinados economistas, que precisam seguir uma série de regras para que suas operações sejam aceitas.

Independentemente do formato, ter mais investidores em renda variável é uma boa notícia para o mercado brasileiro, que é bastante conhecido por ter um perfil de público que não gosta de se arriscar e acaba optando por investimentos mais conservadores, como o Tesouro Direto.

O perfil do investidor brasileiro
Se a preferência por investimentos conservadores sofreu uma alteração no ano que passou, outras características do perfil do investidor brasileiro se manteve.

No chamado Raio-X do Investidor, elaborado pela Anbima, temos um público majoritariamente masculino entre os investidores (53%), com renda familiar mensal de R$ 5.600, com emprego formal (85%) e média de idade de 43 anos.

Macaque in the trees
. (Foto: Freepik)

Porém, essas características podem se transformar se o interesse pela Bolsa continuar crescente. Especialistas no assunto começaram a perceber que mais jovens estão dispostos a conhecer o funcionamento do mercado e suas possibilidades.

Os motivos para um olhar mais jovem para a Bolsa são vários. Além da quantidade de informação disponível, bem diferente do cenário de décadas passadas, os influenciadores digitais têm tido um papel importante na disseminação das operações de outros mercados.

É por meio das redes sociais que muitas pessoas têm um primeiro contato com a Bolsa de Valores e acabam percebendo que, mesmo com pouco dinheiro, é possível fazer investimentos que podem se converter em lucro a longo prazo.

Assim, duas projeções se apresentam no mercado: a primeira é que o número de investidores brasileiros na Bolsa vai continuar em crescimento, uma tendência com base nos dados dos anos anteriores.

E a segunda é que o perfil do investidor tem tudo para mudar, com um público ainda mais jovem, disposto a se arriscar para ter mais chances.

De fato, são mudanças de perfil que se mostram cada vez mais importantes para a economia nacional.