ECONOMIA
Criação de empregos encolhe 58,6% em março e 23,6% em 2022
Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
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Publicado em 28/04/2022 às 17:39
Alterado em 28/04/2022 às 17:39

O resultado do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) em março, criou 136.189 vagas líquidas com carteira assinada em março, no 3º mês seguido de avanço no emprego, com um total de 615.173 vagas de trabalho formais abertas este ano. Mas houve tanto perda de fôlego na oferta de vagas - que encolheu 58,65% frente aos 329.404 empregos com carteira assinada de fevereiro e 23,6% no 1º trimestre, comparado a 2021 -, como a alta da inflação provocou perda de R$ 38,72 no salário médio de admissão no país, que foi de R$ 1.872,07, uma queda real de 2,03%, descontada a inflação.
Segundo os dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, o contingente de trabalhadores com carteira assinada somou 41,293 milhões, um aumento de 0,33% sobre fevereiro e de 6,64% na comparação com os 38,722 milhões de março de 2021.
Com a retomada da normalidade na economia com o avanço da vacinação no país, o setor de serviços liderou a criação de empregos em março: 111.513 novas vagas, seguido pelos 25.059 empregos na construção. Só a agropecuária demitiu mais do que contratos 15.095. No acumulado do ano, serviços criou 433.001 vagas, seguido pelas 109.673 vagas da indústria e pelos 100.487 empregos da construção. O comércio, ainda ressentindo a onda de demissões em janeiro, seguia negativo em 54.121 vagas.
Programa de amparo ao emprego perto do fim
Às vésperas do 1º de maio (que cai domingo), o Ministério do Trabalho e Previdência Social divulgou um balanço do Total de Vínculos em Garantia Provisória de emprego em todo o país. Em dezembro de 2021, havia 2.131.368 pessoas amparadas pelo programa de garantia de emprego. O número baixou drasticamente para 833.033 (queda de 69,1) e com a retomada nas atividades no segmento de serviços, o maior empregador do país, seguiu encolhendo até abril, com projeção de 173.876 pessoas amparadas, segundo o ministério.
Será preciso observar corretamente como foram preenchidos essas 1,957 milhão de vagas no mercado de trabalho. Para isso, os indicadores do IBGE sobre as diversas faces do mercado de trabalho devem indicar a tendência do desemprego e da redução ou não do contingente sem ocupação plena. Por enquanto, o Caged está indicando redução do salário médio, juntamente quando a inflação avança na casa acima de 10% ao ano.