ECONOMIA

Vallourec negocia com autoridades para retomar operações de minério de ferro em Minas

No início da semana, a justiça mineira ordenou a suspensão das operações por tempo indeterminado devido ao transbordamento do dique na barragem da empresa, localizada em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte

Por ECONOMIA JB
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Publicado em 14/01/2022 às 17:59

Alterado em 14/01/2022 às 18:46

Dique da barragem da Vallourec transbordou em Nova Lima, MG. Técnicos da ANM vêm avaliando a situação das barragens e seus perfis de risco nos últimos dias Foto: reprodução

A fabricante francesa de tubos de aço Vallourec está em negociações com as autoridades brasileiras para retomar as operações em sua mina de minério de ferro Pau Branco.

No início da semana, a justiça mineira ordenou a suspensão das operações por tempo indeterminado devido ao transbordamento do dique na barragem da empresa, localizada em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

A empresa está conversando com as autoridades estaduais e com a Agência Nacional de Mineração (ANM) para a elaboração de um termo de compromisso, com a empresa assumindo medidas emergenciais para reparar os danos socioambientais causados pelo transbordamento, devido às fortes e persistentes chuvas que afetaram o estado nas últimas semanas.

O incidente provocou alagamentos na região e o fechamento da rodovia BR-040 por dois dias.

“A prioridade agora é concluir o termo de compromisso junto às autoridades competentes. A diretoria [da empresa] na França acompanha as discussões. Concluída essa etapa, teremos visibilidade de quando as operações serão retomadas e o impacto nos resultados do grupo no ano”, disse Alexandre Lyra, vice-presidente para a América do Sul, em entrevista ao jornal "Valor Econômico".

A Vallourec está compensando a parada da mina utilizando o estoque de minério de ferro que possui na operação de Jeceaba para produzir pelotas de minério. “Eventualmente vamos comprar minério de ferro de outras empresas para manter a operação de pelotização”, disse Lyra, que não forneceu informações sobre a produção de minério de ferro no local .

Minas Gerais multou a Vallourec em R$ 289 milhões (US$ 52,2 milhões) devido ao impacto ambiental do transbordamento.

Uma comissão ambiental formada por parlamentares estaduais com apoio da polícia local abriu um inquérito contra a empresa para apurar se a Vallourec está extraindo minério de ferro sem licença na área onde ocorreu o transbordamento, disse o deputado Noraldino Junior, chefe da comissão, no Facebook.

Lyra negou que a empresa estivesse envolvida em operações não autorizadas. “Nós seguimos rigorosamente a lei”, disse ele.

A situação das barragens em todo o estado é monitorada de perto pelas autoridades, pois nos últimos anos o rompimento das barragens de rejeitos resultou na morte de centenas de pessoas e causou graves danos ambientais na mesma região onde está localizada a barragem da Vallourec.

Técnicos da ANM vêm avaliando a situação das barragens e seus perfis de risco nos últimos dias.

Separadamente, promotores e autoridades ambientais estão avaliando as informações que três mineradoras apresentaram sobre a condição de 31 barragens de rejeitos. O governo do estado exigiu essa informação após detectar que as barragens apresentavam riscos que poderiam ser considerados em nível emergencial.

Do total, 29 pertencem à gigante brasileira de minério de ferro, Vale, uma da ArcelorMittal e outra da Minérios Nacional, unidade da siderúrgica local CSN. (BN Américas)

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