ECONOMIA

Em 2021, Santander extrai 30% do lucro global do Brasil

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Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
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Publicado em 27/10/2021 às 14:58

Alterado em 27/10/2021 às 15:04

A banqueira espanhola Ana Botín, dona do Santander Wikimedia Commons

O Banco espanhol Santander divulgou nesta quarta-feira, 27 de outubro, o resultado global no 3º trimestre de 2021. O lucro global atingiu 2,143 bilhões de euros, com crescimento de 24,2% sobre o mesmo período de 2020 (1,750 bilhão de euros) e o Brasil voltou a ser a unidade mais lucrativa do conglomerado controlado por Ana Botin. Com lucro trimestral de 582 milhões de euros (aumento de apenas 5,8% sobre os 550 milhões de igual período de 2020) correspondendo a 26,7% do lucro global. A título de comparação, o lucro somado de todas as unidades da Europa foi de 867 milhões de euros e a filial dos Estados Unidos veio em 2º, com lucro trimestral de 498 milhões de euros.

Mas a grande virada do banco se deu na comparação de janeiro setembro de 2021 com 2020. Após registrar perdas recordes de 9,048 bilhões de euros no mesmo período de 2020, devido a provisões de 19,760 bilhões de euros, reduzidas a 6,134 bilhões este ano, o banco teve lucro de 5,849 bilhões de euros de julho a setembro, graças a bons desempenhos das filiais do Reino Unido e Estados Unidos, que teve lucro de 1,788 bilhão de euros, quase quatro vezes acima do ano passado.

O Brasil que vinha liderando os ganhos globais nos últimos três anos anteriores à Covid-19, cedeu o pódio para os EUA, ao registrar lucro de 1,762 bilhão de euros de janeiro a setembro, mas seguiu garantindo 30% dos lucros da organização no mundo.

Em reais, o Banco Santander lucrou R$ 4,340 bilhões no 3º trimestre, com aumento de 4,1% em relação ao 2º trimestre deste ano e de 12,5% sobre o 3º trimestre de 2020. A receita de tarifas e comissões somou R$ 4,831 bilhões, com aumento de 13,4% sobre o 3º trimestre do ano passado.

No acumulado de janeiro a setembro, o Santander teve um lucro societário, segundo as normas BRGAAP, de R$ 11,141 bilhões, um aumento de 16,4% sobre os primeiros nove meses de 2020. A inadimplência total (atrasos acima de 90 dias) aumentou para 2,4% em setembro – estava em 2,1% de setembro de 2020 até março de 2021, subindo para 2,2% em junho.

O índice era de 3,3% nas Pessoas Físicas (3,1%) em setembro de 2020 e ficou em 1,3% nas Pessoas Jurídicas (era de 0,9% há um ano atrás).

Lucro pelo mundo

O balanço global assinala que a filial do Reino Unido teve lucro de 1,145 bilhão de euros, com aumento de cinco vezes sobre o mesmo trimestre de 2020, com a liberação de provisões. Já a Espanha, sede do banco, registrou lucro de apenas 730 milhões de euros, com aumento de 47% sobre o mesmo período de 2020.

A inadimplência segue alta na Espanha, com 6% dos créditos em atraso por mais de 90 dias. O Brasil tem a 2ª maior taxa de inadimplência – 4,72%, seguido da operação da Polônia 4,34% e os 3,154% do México, filial que garantiu lucro de 500 milhões de euros. Na média global, a inadimplência do Santander ficou em 3,18%, 0,06 pontos percentuais acima de setembro de 2020.

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