ECONOMIA

Copom sobe Selic a 3,50% e anuncia nova alta para 4,25% em junho

.

Por GILBERTO MENEZES CÔRTES
[email protected]

Publicado em 05/05/2021 às 22:40

Alterado em 05/05/2021 às 22:41

Banco Central Arquivo

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) cumpriu hoje sua promessa de elevar em 0,75 pontos percentuais a taxa Selic, que é o piso do sistema financeiro, para 3,50% ao ano. A decisão foi tomada por unanimidade dos nove membros do comitê (o presidente, Roberto Campos Neto) e oito diretores.

Ante as pressões inflacionárias e já pensando no horizonte de 2022 (ano eleitoral), o Copom surpreendeu o mercado, que previa alta mais branda (50 p.p) na reunião de 16 de junho, anunciou nova alta de 0,75 p.p, para a Selic, que subiria para 4,25% e considerou “ser apropriada uma normalização parcial da taxa de juros, com a manutenção de algum estímulo monetário ao longo do processo de recuperação econômica”. Ou seja, o ajuste de juros será mais rápido.

Ao justificar a adoção de postura mais agressiva, o Copom ponderou que as projeções do mercado financeiro apontam a expectativa de alta de 8,4% dos preços administrados para 2021 e de 5,00% para 2022, o que ameaça a meta de inflação de 3,75% este ano e de 3,50% em 2022. A inflação em 12 meses chegou a 6,10% em março e promete subir ainda mais até junho. Os números de abril serão divulgados pelo IBGE em 11 de maio. As apostas do mercado para 2021 estão em torno de 5%.

O Copom assinala ainda que a alta dos juros é a resposta ao cenário básico “e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui o ano-calendário de 2022”.

E acrescenta que “sem prejuízo de seu objetivo fundamental de estabilização de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.

“Para a próxima reunião, o Comitê antevê a continuação do processo de normalização parcial do estímulo monetário com outro ajuste da mesma magnitude. O Copom ressalta que essa visão continuará dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação”.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.