ECONOMIA

Acordo com Japão pode estimular 'dinamismo do agronegócio brasileiro', diz especialista

O Brasil e o Japão assinaram na última terça-feira (27) um acordo de colaboração na área da agricultura de precisão e digital

Por Jornal do Brasil
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Publicado em 29/04/2021 às 09:35

Alterado em 29/04/2021 às 09:35

Colheita de safra de soja no município de Salto do Jacuí, Rio Grande do Sul AFP 2021 / Silvio Avila

De acordo com o documento assinado com o governo japonês, o projeto prevê o estabelecimento de um "desenvolvimento colaborativo da agricultura de precisão e digital para o fortalecimento do ecossistema de inovação e sustentabilidade do agronegócio brasileiro"

A agricultura de precisão é tida como um dos pilares da agropecuária do futuro, fazendo uso da tecnologia para planejar a produção agrícola, reduzir custos, aumentar a produtividade e diminuir os impactos ambientais.

O engenheiro e economista Agostinho Celso Pascalicchio, que atua como professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São Paulo, afirma que a demanda por alimentos sustentáveis está em alta e o Japão, em particular, é conhecido por ter um mercado consumidor que exige estes procedimentos.

De acordo com ele, o processo, a adoção e o manejo adequado de plantas e de animais, gerando baixa emissão de carbono exige um desenvolvimento contínuo, e esse desenvolvimento contínuo exige tecnologias adequadas.

"Esse procedimento de parcerias, então, é muito bem-vindo, principalmente ao analisar fontes de financiamento novas, vindas do setor privado para o setor agrícola", observa o especialista em entrevista à agência de notícias Sputnik Brasil.

O especialista em economia agrícola destaca que esse processo de intercâmbio internacional mostra qual é a tendência do mercado em busca de alternativas e soluções, e a tecnologia para agricultura de precisão possui aprendizado e evolução constante. "A demanda é extremamente volátil. Preço e quantidade podem variar à vontade. É preciso tomar ciência e consciência desse mercado", completa.

"Conhecer o mercado, particularmente o japonês, é ter conhecimento de tendências do mercado, comportamento do futuro do mercado, e são aspectos importantes a serem considerados e avaliados constantemente em um país que tem no agronegócio o seu grande portão de entrada para o intercâmbio internacional, e fonte de desenvolvimento interno", destaca Pascalicchio.

O especialista observa que a tecnologia de precisão exige um certo desenvolvimento através de satélites, avaliando as sementes adequadas ao clima tropical até a tecnologia de supervisão sobre áreas agrícolas, ou mesmo sobre pastos.

Para o economista e engenheiro, o Brasil tem no setor agrícola um polo extremamente importante de desenvolvimento.

"E esse polo dinâmico, recebendo benefícios dados por tecnologias adequadas ao país, ou tecnologias que permitem uma rápida aplicação das necessidades do país, constituem contribuições excepcionais para manter o dinamismo do agronegócio, da agricultura brasileira em andamento. Esses vínculos, esses acordos, eu acredito que são sempre muito bem-vindos para o país", completa. (com agência Sputnik Brasil)