Justin Trudeau negou neste domingo "de maneira clara e firmemente" que o fato de que o Canadá ainda não fechou um novo acordo com os Estados Unidos sobre o Nafta se deve a razões de política interna, como sugeriu um assessor da Casa Branca.
"Quero dizer de maneira clara e firme que as considerações sobre as eleições em New Brunswick e Quebec não fazem parte da nossa reflexão" sobre as negociações comerciais com os Estados Unidos, declarou o primeiro-ministro canadense em uma entrevista coletiva com o espanhol Pedro Sánchez em Montreal.
New Brunswick e Québec elegem seus deputados provinciais em 24 de setembro e 1 de outubro, respectivamente.
O setor de lácteos de Quebec, um dos mais poderosos da economia nacional, pressiona o governo liberal de Trudeau a não ceder ao governo americano, que exige que o Canadá liberalize seu sistema de proteção à produção leiteira.
Esse é um dos principais pontos que impedem Ottawa e Washington de concluírem um novo acordo sobre o Nafta.
Legisladores do Quebec ameaçaram tomar medidas legais se o Executivo ceder aos Estados Unidos.
Na sexta-feira, um assessor econômico da Casa Branca sugeriu que o Canadá está segurando as negociações comerciais por razões de política interna e advertiu que os Estados Unidos poderiam continuar discutindo a modernização do Nafta apenas com o México.
"Nós sempre dissemos muito claramente que só assinaremos um bom acordo para o Canadá, senão não assinaremos", insistiu Trudeau.
Perguntado sobre se as negociações serão suspensas durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, que acontecerá na próxima semana em Nova York, o primeiro-ministro canadense disse que deverão continuar "menos formalmente" à margem da reunião.
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