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Crítica: 'Larry Crowne - O amor está de volta'

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Quinze anos depois de dirigir seu primeiro filme The Wonders - O sonho não acabou, Tom Hanks assume mais uma vez a direção de um longa. Mas Larry Crowne - O amor está de volta não deve agradar o público da mesma forma que o sucesso de 1996. Ao contrário de The Wonders, o lançamento, no qual Hanks assina o roteiro, a produção e direção - ao lado de Nia Vardalos, de Casamento Grego, - não possui o mesmo carisma que o musical da década de 90. No longa, o protagonista da trama (Hanks de novo) tenta, mas não consegue conquistar o espectador.

Larry é um funcionário exemplar que trabalha em uma rede de supermercados, a Umart (qualquer semelhança é mera coincidência.. ou não). Mas a rotina certinha logo é destruída quando, achando que vai ganhar pela nona vez o prêmio de funcionário do mês, ele é demitido. O motivo: Não possuir um curso superior. A solução: Entrar em uma universidade. 

O personagem de Hanks deixa de lado a idade, seu jeito careta, vende boa parte de seus bens, compra uma scooter e vai para a faculdade. Na busca por uma educação mais avançada, inscreve-se em uma disciplina que promete "mudar a sua vida". A professora não é ninguém menos que Mercedes Tainot (Julia Roberts): emburrada, desiludida e desmotivada, não parece ser um exemplo de educadora. 

A aula de oratória deveria ensinar os alunos a se comunicarem melhor. Mas a própria professora não consegue dialogar com o marido "tarado" e acha que os alunos não ligam para a sua disciplina. Na tentativa de ensiná-los a se importar ("CARE", como ela insiste em escrever no quadro-negro), ela pode não só mudar a vida dos estudantes, como também, ter a sua transformada.

A direção de arte, assinada por Victor Kempstera, acerta e dá um toque retrô ao filme, principalmente nas cenas da gang de scooters. A trilha sonora segue a mesma linha e consegue deixar o longa um pouco menos morno com Hold on tight, Calling America, entre outros, e fica por conta de James Newton Howard.

Apesar do aluno engraçado, interpretado por Rami Malek, dos vizinhos pra lá de descolados e da atuação como sempre impecável de Julia Roberts, a química entre sua personagem e o de Hanks não consegue decolar. A dupla tem poucos momentos realmente engraçados, que podem agradar principalmente a quem gosta de um filme de "mulherzinha" e previsível. Mas os clichês românticos acabam superando o verdadeiro romance e o lado cômico, resultando numa comédia dramática que não consegue ter nem muito humor nem muito drama.

Cotação: ** (Bom)