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Meridianos reúne artistas latino-americanos no Rio

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A partir de maio, dez artistas latino-americanos se encontrarão no Rio para falarem de suas trajetórias. Os artistas conversarão em duplas – um brasileiro e um estrangeiro – em encontros abertos ao público.

04 de maio, às 16h30 – Cinemateca do MAM

Carlos Cruz-Diez e Waltercio Caldas

05 de julho, às 19h – Oi Futuro do Flamengo

Teresa Serrano e Lenora de Barros

09 de agosto, às 16h30 – Cinemateca do MAM

Gonzalo Diaz e José Damasceno

13 de outubro, às 19h – Oi Futuro do Flamengo

Leandro Erlich e Vik Muniz

29 de novembro, às 18h30 – CCBB Rio

Julio Le Parc e Iole de Freitas

A Casa Daros apresenta o programa Meridianos, que compreende cinco encontros gratuitos com a participação de dez artistas de diferentes gerações e países. Em comum, o fato de serem latino-americanos e terem trabalhos na Coleção Daros Latinamerica, sediada em Zurique, que reúne 1.100 obras, de 106 artistas. Eles se reunirão em duplas para falarem de suas trajetórias profissionais, suas escolhas e influências, e suas próprias noções de meridianos, propiciando um encontro rico e aberto ao público.

Isabella Nunes e Eugênio Valdes, diretores da Casa Daros, explicam que Meridianos atende a um dos principais objetivos da instituição, que é “o dar voz ao artista e colocar em debate a conjuntura da sua obra”. “Além disso, o programa traduz a essência da Casa Daros, que reúne arte, educação e comunicação”, afirmam. 

Os artistas que integrarão o programa Meridianos são Carlos Cruz-Diez [1923, Caracas], Waltercio Caldas [1946, Rio], Teresa Serrano [1936, México], Lenora de Barros [1953, São Paulo], Gonzalo Diaz [1947, Santiago do Chile], José Damasceno [1968, Rio de Janeiro], Leandro Erlich [1973, Buenos Aires], Vik Muniz [1961, São Paulo], Julio Le Parc [1928, Mendoza, Argentina] e Iole Freitas [1945, Belo Horizonte].

O evento de abertura, que reunirá Carlos Cruz-Diez e Waltercio Caldas no dia 04 de maio, às 16h30, na Cinemateca do MAM Rio, será mediado pelo curador do Museu, Luiz Camillo Osorio.  Devido à capacidade limitada de lugares, os interessados devem  confirmar presença pelo email [email protected].

Obra cinética

Para celebrar o início do programa Meridianos, Cruz-Diez fará um mural estruturado sobre o tapume que contorna a Casa Daros, um casarão centenário em Botafogo, bairro da Zona Sul do Rio, que está em obras de revitalização.  O trabalho de Cruz-Diez, “Indución Chromática a Doble Frecuencia” (Indução cromática em dupla freqüência), de 2011, é uma obra cinética, impressa em lona sobre estrutura de metalon, integrando a série de “muros exteriores”, que o artista realiza há décadas. Este trabalho, desenvolvido especialmente para o local, medirá 87m de comprimento por 2,5m de altura. 

Oficina e cartilha

No dia 07 de maio, Cruz-Diez estará no MAM, à tarde, para uma conversa com o público e a realização da oficina “Cores no Espaço”, em que serão confeccionadas pipas (ou “papagaios”, termo também usado em espanhol) criadas por ele, com desenhos cinéticos.  A atividade integra o programa trimestral DouAções, do Núcleo Experimental de Educação e Arte do MAM Rio, e está voltada para  famílias, jovens e adultos.  Os participantes receberão uma cartilha em que Cruz-Diez detalha a “Didática e a Dialética das Cores”, feita originalmente em 1984 para o catálogo de uma exposição realizada na Colômbia na galeria Jairo Quintero. Gentilmente cedida pela Fundação Cruz-Díez, a publicação terá um apêndice em português. 

Programa de reflexão e memória

Meridianos pretende abranger as áreas de reflexão, registro, memória e pesquisa, e além dos encontros dos artistas com o público, o programa prevê ainda a realização de um DVD e a produção de um livro a serem destinados a bibliotecas e acervos documentais de outras instituições.  O DVD irá conter entrevistas com cada um dos artistas, o registro de visitas dos artistas estrangeiros a ateliês de artistas brasileiros, e a cobertura das mesas-redondas realizadas. O livro conterá as falas dos artistas, além de outras informações relacionadas a eles, como biografia e obra. Estão previstas ainda visitas de Cruz-Diez aos ateliês de Abraham Palatnik e Cildo Meireles, que serão documentadas em vídeo.  “Meridianos tem como objetivo reunir e disseminar informações valiosas sobre a arte latino-americana”, informa Isabella Nunes.

Por conta da monumental e detalhada obra de restauro e reforma do casarão de 1866, a Casa Daros irá realizar os encontros públicos em instituições parceiras, como o MAM Rio, Oi Futuro e CCBB. A Casa Daros está com abertura ao público prevista para 2012.

Meridianos

O nome “Meridianos” foi retirado de uma fala do venezuelano Carlos Cruz-Diez durante uma mesa-redonda em 2008, em Zurique, por ocasião da exposição “Face to Face”, no espaço de exibição da Daros Latinamerica. Ele explicava sua decisão de deixar sua cidade para viver e trabalhar em Paris na década de 1960, pois lá era a “cidade pela qual passava um dos meridianos da arte e da experimentação”. 

“Desde então pensamos em realizar algo a partir dessa afirmação”, conta Isabella Nunes, diretora da Casa Daros, à frente do programa junto com o diretor de arte e educação Eugênio Valdes.  Eles ressaltam que a própria Daros Latinamerica pode ser percebida dentro deste parâmetro de cruzamento de meridianos, “já que se trata de uma coleção de arte da América Latina baseada na Suíça, com um programa para o continente a partir do Rio de Janeiro”. “Essa conjuntura singular atravessa distintos objetivos e ideias, que estimulam o debate rico em torno da arte no ano que antecede a abertura da Casa Daros”, afirma Eugênio Valdes. 

 “A noção de meridiano não tem a ver somente com um aspecto espacial, cartográfico. Um meridiano é uma localização que leva em consideração referências espaciais e temporais que cada um decide ‘habitar’”, ressalta.

Carlos Cruz-Diez

Nascido em Caracas em 1923, é considerado um dos principais expoentes da arte contemporânea. Vive e trabalha em Paris desde 1960.

Sua origem remonta ao Movimento Cinético dos anos 1950 e 1960. O desenvolvimento de sua reflexão visual ampliou as noções sobre a cor, demonstrando que a percepção do fenômeno cromático não está associada à forma. Cruz-Diez concebeu sua proposta no que ele qualifica como estruturas espaciais, “Cromoestruturas” ou suportes para acontecimentos cromáticos, dando origem ao que conhecemos como “Fisicromia”, “Transcromia”, “Indução Cromática”, “Cor aditiva” e “Cromossaturação”. Em suas obras demonstra que a cor, ao interagir com o observador, se converte em um acontecimento autônomo capaz de invadir o espaço sem a ajuda da forma, desprovida de símbolos.

Descreve a si mesmo como um artista que pratica a disciplina do investigador. “Em minhas obras, nada foi feito ao acaso|; tudo está previsto, programado e codificado. A liberdade e o afeto só contam na hora de eleger e combinar as cores, tarefa à qual imponho uma única restrição: ser eficaz no que quero dizer. É uma integração do racional e o afetivo. Eu não me inspiro, eu reflito”.

Suas obras figuram em coleções permanentes da Daros Latinamerica, em Zurique, Suíça; do MoMA de Nova York; Tate Modern, em Londres; Centre Georges Pompidou, Paris; Museum of Fine Arts, Houston; Wallraf-Richartz Museum, Colônia, Alemanha; e Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, entre outras.

Waltercio Caldas

Waltercio Caldas, nasceu em 1946 no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. É um dos artistas brasileiros de maior reconhecimento, tanto nacional quanto internacionalmente.

Sua obra é reflexiva e requer do observador o tempo da interioridade meditativa. O início de sua trajetória artística começa na década de 1960, quando inicia seus estudos em pintura com Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio. Na década seguinte, edita a revista “Malasartes”, que, embora tenha tido curta duração, tornou-se um marco no panorama artístico brasileiro. É ainda nos anos 1970 que começa a expor e a dar aulas de arte e percepção visual no Instituto Villa-Lobos. 

Sua poética sutil – mais alinhada ao “silêncio” do que à espetacularização do objeto artístico – transita entre a escultura, o desenho, os espaços cenográficos e as artes gráficas. Waltercio lança mão de poderoso raciocínio formal na composição de suas obras, ainda que elas, muitas vezes, tragam elementos bem-humorados, desordenando o olhar habituado ao juízo comum.

Recentemente, Waltercio expôs “Salas e Abismos”, no MAM Rio, uma de suas maiores retrospectivas. Participou de muitas exposições internacionais, como a Bienal de Veneza, em 1997, a 9ª Documenta de Kassel, além de duas exposições no Museum of Modern Art (MoMA) em Nova York. Seus trabalhos estão nos acervos de algumas das principais instituições culturais do mundo, como a Daros Latinamerica, em Zurique, Suíça; o MoMA de Nova York; a Neue Galerie, em Kassel, Alemanha, além de museus brasileiros como os Museus de Arte Moderna de São Paulo e do Rio de Janeiro.

04 de maio de 2011, às 16h30 – Cinemateca do MAM

Inscrições pelo email [email protected]

Entrada franca

Oficina “Cores no Espaço”, com a presença de Carlos Cruz-Diez

MAM Rio

07 de maio de 2011, das 14h às 17h30

14h – Início do evento com uma conversa na galeria na exposição permanente "Genealogias do Contemporâneo" especificamente no núcleo "Respirações Geométricas", que propiciará um diálogo com a obra de Carlos Cruz-Diez. 

15h – Encontro com o artista para uma pequena conversa sobre a “Didática e dialética da Cor”, e a intervenção com as pipas cinéticas "Cores no Espaço".

15h30 às 17h30 – Intervenção "Cores no Espaço", em que o público será convidado a montar pipas com desenhos cinéticos criados pelo artista, e soltá-las nas imediações do Museu. 

Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro

De terça a sexta, das 12h às 18h Sábado, domingo e feriado, das 12h às 19h (A bilheteria fecha 30 min antes do término do horário de visitação).

Ingresso: R$8,00

Estudantes maiores de 12 anos R$4,00

Maiores de 60 anos R$4,00

Amigos do MAM e crianças até 12 anos entrada gratuita

Domingos ingresso família, para até 5 pessoas: R$8,00

Quarta-feira – entrada franca a partir das 15h

Endereço: Av. Infante Dom Henrique, 85

Parque do Flamengo – Rio de Janeiro – RJ 20021-140 

Telefone: 21.2240.4944

www.mamrio.org.br