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Elizabeth Taylor, os olhos violetas que conquistaram Hollywood

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LOS ANGELES - Elizabeth Taylor encarnou uma verdadeira rainha de Hollywood, de uma beleza tão estonteante quanto seus incríveis olhos violetas, e ficou tão famosa pelo relacionamento tempestuoso com o ator galês Richard Burton e seus oito casamentos como pelo ótimo desempenho de atriz, que lhe rendeu dois Oscar.

Elizabeth Rosemond Taylor nasceu em 27 de fevereiro de 1932 em Hampstead, Londres, filha de pais americanos. Em 1939 se mudou com a família para a Califórnia.

Em 1942 estreou no cinema em "There's One Born Every Minute". Dois anos depois se tornou uma estrela infantil em "A Mocidade é Assim Mesmo".

A vida da atriz teve tanto drama quanto seus quase 50 papéis no cinema e despertou muito interesse do público, que sempre acompanhou os detalhes de sua vida amorosa e de sua batalha contra o álcool e os remédios.

A carreira de Taylor deu duas estatuetas de melhor atriz à estrela, por "Disque Butterfield 8" (1960) e "Quem Tem Medo de Virginia Woolf" (1966), considerada sua melhor atuação.

Os últimos anos da atriz foram marcados por graves problemas de saúde. Mesmo assim, ela era ativa na organização, junto com o amigo Elton John, de eventos pomposos para arrecadar milhões de dólares para pesquisas sobre a Aids.

Em 2004, a mulher curvilínea dos anos 60, de sorriso perfeito, teve diagnosticada uma insuficiência cardíaca, uma doença que impede o coração de bombear suficiente sangue oxigenado para suprir as necessidades dos demais órgãos do corpo, o que gera uma sensação extraordinária de fadiga.

A enfermidade acelerou a morte da estrela, aos 79 anos. Taylor estava internada no Hospital Cedars Sinai de Los Angeles desde meados de fevereiro. A atriz morreu cercada pelos filhos Michael Wilding, Christopher Wilding, Liza Todd e Maria Burton. Ela também tinha 10 netos e quatro bisnetos.

A saúde da atriz era objeto de intensa especulação. A protagonista de "Cleópatra" (1962) foi operada de um tumor no cérebro em 1997 e em 2006 negou na televisão sofrer do mal de Alzheimer.

Apesar das poucas aparições públicas nos últimos anos, ela foi uma das poucas estrelas a comparecer ao funeral do amigo e cantor Michael Jackson em julho de 2009, período no qual começou a usar uma conta no Twitter para expressar reflexões sobre o ídolo pop e manter informados os fãs sobre os problemas médicos.

Em outubro do mesmo ano, Taylor foi operada do coração após problemas médicos que dificultavam até mesmo suas caminhadas. "Meu corpo é um desastre", declarou à revista W em 2004.

Em abril de 2010 o boato de que Taylor havia se casado pela nona vez, com Jason Winters, empresário de Janet Jackson, se espalhou por Hollywood. Mais uma vez, a veterana de olhos violeta usou a rede social para negar o suposto matrimônio. Nas últimas entrevistas concedidas, ela se referiu a Richard Burton, com quem se casou duas vezes, como sua alma gêmea. Em 2004, ao ser questionada se temia a morte, ela foi enfática: "Não, realmente não". "As pessoas devem pensar 'meu Deus!, ela continua viva?'", brincou na ocasião. "Mas há uma certa resistência em mim que faz com que contine lutando".

Elizabeth Taylor, acostumada a ser motivo de fofocas pelos tórridos romances, vivia praticamente sozinha em sua mansão do exclusivo bairro de Bel Air, em Los Angeles. "Aprendi a estar sozinha. Estar sem alguém não significa estar sozinha. Tenho grandes amigos, filhos e netos. E muitas recordações maravilhosas", comentou.

Ao ser questionada sobre os períodos mais felizes, a atriz apontou dois: os anos que passou ao lado do segundo marido, o produtor Michael Todd ("Volta ao Mundo em 80 Dias"), de quem ficou viúva em 1958, e depois com Burton, com quem se casou duas vezes, a primeira em 1964 - com duração de 10 anos -, e a segunda em 1975, com duração de um ano. "Pensei que nunca iria me recuperar, nas duas vezes", disse.

Elizabeth Taylor e Richard Burton protagonizaram 10 filmes juntos, entre eles "Cleópatra" (1963), "Gente Muito Importante" (1963), "Quem Tem Medo de Virgina Woolf?" (1966) e "O Homem que Veio de Longe" (1968).

A atriz se casou pela primeira vez em 1950, aos 18 anos, com o playboy Nicky Hilton. O matrimônio durou 203 dias e terminou com agressões físicas e verbais, depois uma lua de mel de três meses na Europa. Dois anos depois, Taylor casou com o ídolo britânico Michael Wilding, 19 anos mais velho. Eles tiveram dois filhos, Michael Jr. e Christopher.

Apesar da atriz ter afirmado que Wilding representou estabilidade para sua vida, em 1956 pediu o divórcio. Poucos dias depois da separação, o produtor Michael Todd, 49 anos, a propôs em casamento. Ele foi o primeiro grande amor da estrela. O casal teve uma filha, Elizabeth Frances, em agosto de 1957, mas sete meses depois Todd morreu em um acidente de avião.

Devastada, Taylor foi acompanhada no funeral de Todd pelo melhor amigo do produtor, o cantor Eddie Fisher, cuja esposa Debbie Reynolds permaneceu na Califórnia para cuidar dos filhos da colega. De viúva de luto a destruidora de lares, Taylor roubou Fisher de Reynolds em um relacionamento que escandalizou a América puritana. Eles casaram em 1959, mas a revolta do público quase matou a ascendente carreira de Elizabeth Taylor.

Ela havia acabado de filmar o clássico "Gata em Teto de Zinco Quente" (1958) com Paul Newman e já recebera elogios da crítica por "Assim Caminha a Humanidade", com Rock Hudson e James Dean. Ela conseguiu superar os problemas e participou de "De Repente no Último Verão" em 1959 com Katharine Hepburn e Montgomery Clift.

No ano seguinte, recebeu o primeiro Oscar de melhor atriz pelo papel de garota de programa em "Disque Butterfield 8." A lenda diz que Taylor odiou o resultado do filme.

Depois veio "Cleópatra" (1962) - "com certeza a mais bizarra peça de entretenimeno já feita", segundo as palavras da atriz. O filme foi o mais caro da história de Hollywood até então e Elizabeth Taylor foi a primeira mulher a receber um milhão de dólares por um papel.

O filme foi um fracasso retumbante, mas o épico foi responsável por um romance que foi manchete em todo o mundo: Taylor e seu companheiro de cena, Burton, que era casado. "Elizabeth olha para você com aqueles olhos, e seu sangue se agita", declarou Burton, um ator shakespeariano que chegou a ser apontado como o próximo Lawrence Olivier.

Eles casaram em março de 1964 em Montreal. Na época filmavam "Quem Tem Medo de Virginia Woolf?", o retrato de um casamento abalado pela bebida e amargura. Os dois se divorciaram em junho de 1974 e voltaram a casar em outubro de 1975, apenas para uma nova separação em agosto de 1976. Antes de morrer, Burton comentou: "Nós nunca nos separamos realmente, e nunca iremos". O casamento deixou Taylor alcoólatra e com a carreira em declínio.

Ela voltou a se casar com o senador John Warner, de 1976 a 1982. Enquanto tentava abandonar o vício em bebidas e analgésicos nos anos 80, se tornou uma líder na causa das vítimas da Aids. Em 1991, assombrou o mundo com o oitavo marido: Larry Fortensky, de 40 anos, um operário da construção civil que conheceu na clínica de desintoxicação. O casamento durou três anos.