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Yamandu Costa homenageia a Bossa Nova e diz gostar de Iron Maiden

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Leandro Souto Maior, JB Online

RIO - O violoniosta Yamandu Costa é um dos mais impressionates músicos para se ver tocando ao vivo. Além de técnica virtuosa e bastante particular, ele exala sentimento nas suas interpretações. Nesta quinta-feira, às 12h30, o gaúcho participa do projeto Sempre Bossa Nova - 50 anos, que estreou em março no Centro Cultural Light. Carlos Lyra estreou a série e já se apresentaram artistas como João Donato, Marcos Vale e Os Cariocas, entre outros, sempre com entrada gratuita.

Yamandu Costa falou ao JB Online sobre a apresentação especial, que vai contar basicamente com repertório dedicado ao gênero eternizado por Tom Jobim e João Gilberto. Ele também falou de sua carreira, projetos futuros, e revelou que gosta do grupo de heavy metal inglês Iron Maiden.

JB Online: Você costuma escolher o repertório de suas apresentações praticamente na hora. Como vai ser o show no projeto dedicado á Bossa Nova?

Yamandu Costa: Devo tocar algumas coisas do Baden Powell, que é um grande violonista e que lembra bem essa época, mas dentro da minha maneira de tocar, que é muito livre. Até porque não sou um especialista em bossa nova. Na verdade, quando se faz música brasileira, sem dúvida já está ligado a esse movimento que até hoje é a marca do Brasil no mundo inteiro. Mas pretendo incluir também coisas ate de antes da Bossa Nova, de Radamés Gnattali e Garoto, dos anos 40, mas que tem todo o clima do movimento.

JB Online: Você demonstra extrema emoção quando toca. Você acha que externar isso facilita o entendimento da música instrumental ao ouvinte leigo?

Yamandu Costa: As pessoas gostam de ver alguém tocando com vontade. Isso aproxima e relaxa as pessoas. Quando você mostra esse tesão de tocar, as pessoas gostam. Da mesma maneira, quando um garçom te atende com um sorriso ou um mecânico te dá uma atenção especial, as pessoas admiram isso, quando alguém faz algo que gosta.

JB Online: Como você vê o momento da música instrumental atualmente?

Yamandu Costa: Está vivendo um momento super positivo. A gente vê muita gente nova tocando e uma platéia jovem crescendo. Na verdade, já está virando meio balela o preconceito sobre a música instrumental. A gente não para de trabalhar, os artistas estão produzindo cada vez mais. O interesse cresce muito também pela opção da informática, que proporciona que mais gente tenha como procurar e escolher o que quer ouvir. O pessoal do choro aqui no Rio e diversos outros movimentos estão unidos em prol da boa música brasileira, independente de ser canção, de ter letra.

JB Online: Você acha seu público é formado em sua maioria por jovens?

Yamandu Costa: Acho que boa parte são jovens. Mas tem o garoto usando camisa de banda de rock que vai com o avô, que quer ouvir uma valsa de 1930, e é muito legal entrar na vida das pessoas dessa forma.

JB Online: Qual será seu próximo lançamento? O que está por vir?

Yamandu Costa: Gravei um disco ao vivo com Hamilton de Holanda, que deve sair ainda este ano.

JB Online: Você que já lançou diversos CDs e DVDs e continua lançando, como vê a questão da pirataria?

Yamandu Costa: A gente que sempre tocou com a idéia da 'música pela música' nunca teve muita ligação com esse mercado do disco, então não afeta tanto. No momento está uma confusão tão grande a respeito do que vai virar essa indústria que nem sei o que opiniar sobre isso.

JB Online: Você tem algum ídolo na música que ninguém imaginaria que você seria fã?

Yamandu Costa: Eu vi um show Iron Maiden e adorei! Porque tem idéias, tem concepção. Não ouço Iron Maiden no carro, até porque poderia bater o carro! Mas é legal ver uma música honesta, então isso é independente do estilo. Quando tem verdade no que se está fazendo, só importa que tenha conteúdo e idéias.

O projeto Sempre Bossa Nova 50 anos acontece sempre às quintas-feiras, ás 12h30. O Centro Cultural Light fica na Avenida Marechal Floriano, 168, Centro. Informações: 2211-4515. A entrada é gratuita, mediante a apresentação de senhas, que poderão ser retiradas com 1h de antecedência.