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Teatro Oi Casa Grande estréia em maio com A Noviça Rebelde

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Júlia Moura, JB Online

RIO - O teatro Casa Grande, um dos espaços culturais mais tradicionais do país, já tem data marcada para reinaugurar. Será no dia 8 de maio, com o musical A Noviça Rebelde, que será exibido pela primeira vez no Brasil desde quando foi produzido nos anos 60, com a direção da dupla Charles Möler e Cláudio Botelho.

O teatro ganhou o patrocínio da Oi e passa a se chamar Oi Casa Grande. Será um espaço cultural de multi - entretenimento que levará à população carioca teatro, musica, dança contemporânea e clássicas e as formas mais ecléticas de expressão.

Preservando o mesmo endereço, na Avenida Afrânio de Melo Franco, no Leblon, a casa terá capacidade para receber espetáculos de grande porte. Com três mil metros quadrados distribuídos em três andares e com capacidade para 950 lugares divididos entre platéia e balcão. De qualquer ponto do teatro a visibilidade do palco e a audição do espetáculo serão muito boas, garantem os sócios

Nesta terça-feira o Oi Casa Grande abriu suas portas à imprensa, que acompanhou o andamento das obras do teatro. Os sócios da parceria Max Haus e Moysés Ajhaenblat (que faziam parte da formação original), Aniela Jordan, David Zylbersztajn e Luis Calainho, o vice-presidente do Oi Futuro, George Moraes e a gerente de comunicação da Oi, Flavia da Justa, também estiveram presentes.

Um dos sócios Luis Calainho garante que a Casa será diferente, além de outras atrações terá debates políticos, já que foi ponto de encontro de artistas, intelectuais e políticos e eventualmente cinema. "A idéia e ser um espaço para promover o exercício da cidadania, sete dias por semana e 16 horas por dia", garante.

Durante a visita às obras, Moysés Ajhaenblat lembrou os momentos mais difíceis do teatro, na época da ditadura militar.

- Estamos nos sentindo recompensados pelo esforço dos tempos em que nossos companheiros eram seqüestrados, espancados e às vezes mortos. Tenho certeza de que aqueles que nos apoiaram não vão se decepcionar. A lembrança que passamos trás a responsabilidade de contribuir para o cenário nacional. O teatro voltará a ser líder da batalha política deste país disse Moysés.

Tecnologia

Quem quiser assistir a um espetáculo no teatro Oi Casa Grande terá a possibilidade de comprar o ingresso pelo aparelho celular e os espetáculos do teatro poderão ser exibidos no mundo inteiro através da web. O teatro oferecerá conexão wi-fi gratuita para uso dos freqüentadores.

-Para Oi é um imenso prazer participar do resgate da cultura do Rio de Janeiro. Essa é uma cidade formadora de opinião e a Oi acredita na cultura. O DNA da Oi é de ousadia e inovação, o que tem tudo a ver com a Casa Grande. Não somos apenas um patrocinador, somos o projeto que acredita ser capaz de proporcionar conteúdo diferenciado para pessoas - afirmou Flavia da Justa.

NO website (www.oicasagrande.com.br) haverá a cobertura editorial do espetáculo com críticas, curiosidades, espaço para comentários do público e os bastidores das produções. O internauta poderá vivenciar através da internet a experiência do teatro.

História

A casa fundada em 1966 ficou conhecida, nas décadas de 60 e 70, como núcleo de resistência de artistas e intelectuais à ditadura militar. O teatro foi palco dos famosos Ciclos de Debates , que reuniram figuras representativas como Rubens Gerchman, Tancredo Neves, Fernando Henrique Cardos e o então sindicalista Luiz Inácio Lula da Silva.

Também participou dos debates o general Golbery do Couto e Silva, um dos idealizadores do Golpe de 64. O local foi escolhido para realizar a primeira reunião da campanha pelas Diretas já e para a assinatura do decreto que pôs fim à censura.

O Casa Grande funcionou como café-concerto até 1969, quando foi reformado e ampliado.Artistas como Chico Buarque, Gal Costa, Paulinho da Viola, Milton Nascimento e Maria Bethânia se apresentavam no teatro constantemente, com uma intenção de resistência política.

Durante toda a sua trajetória e já como teatro forma apresentados inesquecíveis show musicais, como Tempo e Contratempo com direção de Ruy Guerra, onde o grupo MPB-4 cantava o repertório de Chico Buarque, enquanto ele apresentava músicas de sua peça censurada Calabar . Montagens como O mistério de Irma Vap e A maquina também foram celebradas nos palcos do Casa Grande. Na década de 90, o teatro foi completamente destruído por um incêndio.