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NOVA YORK - Bryan Ferry, que lidera a banda Roxy Music há 35 anos, com alguns intervalos aqui e ali, diz que hoje em dia tem preguiça de compor canções, mas que gostaria de escrever sua autobiografia para corrigir as versões veiculadas sobre a vida dele.
Ferry, 61 anos, ficou conhecido na década de 1970 como vocalista e compositor principal da Roxy Music e construiu uma carreira solo de sucesso longe da banda famosa por sucessos como 'Avalon' e 'Let's Stick Together'.
Além de gravar as próprias canções, ele lançou vários álbuns dedicados ao trabalho de compositores que admira, alguns dos anos 1930. Recentemente, lançou o álbum 'Dylanesque', com canções de Bob Dylan.
O músico britânico namorou várias beldades, incluindo Jerry Hall, que o deixou para ficar com Mick Jagger, e foi casado por mais de 20 anos com Lucy Helmore, com quem tem quatro filhos.
Ferry falou sobre suas ambições e música.
P: O que é que o atrai no trabalho de Dylan?
R: É a qualidade da composição. O vocabulário, a poesia. Acho que são canções abertas a interpretações. Especialmente as primeiras, porque ele as tocava apenas com violão.
P: As letras são importantes?
R: Uma grande canção precisa ter uma letra que funciona bem com a melodia. Às vezes você encontra uma grande letra ou uma grande música, mas as duas coisas precisam se casar, e, nas canções de Dylan, elas se casam incrivelmente bem. Sou cantor e a letra é importante para mim.
P: E suas próprias composições?
R: Hoje não componho tanto quanto eu gostaria. É provavelmente por isso que mergulhei no mundo da interpretação, em 1973. Eu já tinha feito dois álbuns com canções minhas com a Roxy, e o segundo era bastante sombrio ou intenso. Eu quis fazer algo diferente disso, como uma espécie de experiência catártica para fugir das minhas próprias composições.
P: Quem é seu público hoje em dia?
R: Isso depende do país. Na Inglaterra, existem as pessoas que nos acompanham desde 1972. E há os filhos deles, de outras gerações. Às vezes há pessoas que vêm porque lêem que alguma banda jovem gosta, então gostam de mim também.
P: Quais são suas ambições não realizadas?
R: Ando bastante preguiçoso para compor. Não componho compulsivamente, como antes. Talvez seja por estar mais velho, ou porque minha vida hoje é mais cheia de coisas a fazer. Quando compus as primeiras canções do Roxy, minha vida era aquilo. E seria bom algum dia escrever um livro de memórias, só para corrigir os fatos a meu respeito. Mas não estou com pressa.