Agência Brasil
LONDRES - De acordo com um novo livro que será lançado na Grã-Bretanha, os italianos não são tão infiéis quanto se acreditava; os habitantes de Togo, Camarões, Costa do Marfim e Haiti são os países que lideram a classificação dos mais adúlteros do planeta.
O título do livro é "Lust in Translation" ("Luxúria na Tradução", trocadilho com o nome do filme de Sofia Coppola, "Lost in Translation" "Encontros e Desencontros" ). A obra traça um panorama curioso sobre como o adultério é visto em várias partes do mundo.
A autora é a ex-jornalista do Wall Street Journal, Pamela Druckerman - muito bem casada há dois anos e mãe de uma menina. Ela visitou 24 cidades em 20 países diferentes, onde recolheu várias histórias e pensamentos de homens e mulheres sobre casos extraconjugais.
A obra traz algumas surpresas, quebrando alguns estereótipos, mas confirmando outros. Na classificação dos "infiéis", italianos e franceses - tradicionalmente considerados amantes inveterados - aparecem somente nos 15º e 14º lugares, respectivamente, atrás também dos Estados Unidos e Grã-Bretanha.
Somente 3,5% dos homens e 0,9% das mulheres da Itália afirmam ter traído o parceiro. Em Togo, os homens adúlteros chegam a 37% (contra 0,5% das mulheres); no Reino Unido, são 7,3% dos homens e 3,5% das mulheres.
- As estatísticas são muito diferentes dos estereótipos nacionais. Os franceses, por exemplo, traem menos que os norte-americanos. E os britânicos mais que esses dois países - conta Pamela.
A pesquisa confirma também a famosa discrição dos japoneses. Uma esposa japonesa, mãe de duas crianças, revelou à jornalista que tinha um relacionamento extraconjugal e que, caso o marido descobrisse do seu caso, não se sentiria culpada por isso, mas sim porque não teria conseguido respeitar as normas da discrição que regem a sociedade do país.
- O Japão me fascina. A maior parte dos homens evita revelar as suas preocupações às suas mulheres, mas se sentem confortáveis o bastante para falar disso em um bar com estranhos. No Japão, a paixão é idealizada, principalmente aquela que não pode ser consumada - afirma a escritora.
Apesar das diferenças entre os países, Pamela - que teve a idéia de fazer o livro durante uma temporada na América Latina, onde muitos homens casados a paqueravam - defende que a infidelidade conjugal não muda muito de um lugar para o outro.
A escritora conclui que as pessoas casadas preferem um amante que também seja o seu companheiro; que a dor da traição é a mesma em qualquer lugar do mundo; e que, quando a pessoa diz que "não é do tipo que trai", mostra-se, na verdade, o contrário do que afirma.
- Acredito agora que a monogamia é o estágio ideal, mas me tornei mais realista, mais fatalista. Agora penso que isso poderia acontecer comigo facilmente. Mas se acontecer, não acharei que o meu casamento tenha automaticamente acabado - explica Pamela.