Mario Abbade, Agência JB
RIO - Homem-Aranha 3 fecha com dignidade a saga iniciada pelo cineasta Sam Raimi. Ele conseguiu o que parecia impossível: agradar aos fãs xiitas do aracnídeo e ao grande público. O filme retorna a temas como redenção, responsabilidade e perdão. No último capítulo, ele demonstra que heróis e vilões são separados por uma linha tênue. Uma escolha errada pode mudar seu destino.
As relações freudianas entre os personagens ganham outras camadas. Elementos shakespearianos da tragédia também são empregados em suas interações. Pode parecer pretensioso buscar esses tópicos em um filme de um personagem dos quadrinhos, mas Raimi vem desenvolvendo essa idéia desde o primeiro longa. Percebe-se que, desde o início, não queria conceber mais um filme de ação recheado de explosões e efeitos especiais, mas sim uma aventura com personagens que demonstrassem emoções humanas reais com as quais o público tivesse uma identificação verdadeira.
A tarefa era difícil, mas o elenco compreendeu sua ambição. Armado com praticamente a mesma equipe e amparado pelo sucesso estrondoso dos dois filmes anteriores, Raimi se sentiu mais à vontade para incluir uma boa dose de humor negro no lado sombrio do super-herói. Darth Vader ficaria com inveja.