Reuters
BERLIM - Depois de alguns dias em que a seleção de curtas-metragens do Festival de Brasília, com raras exceções, não entusiasmou muito, na noite de sábado finalmente surgiu um filme que agradou em cheio: 'Pixinguinha e a Velha Guarda do samba', de Thomas Farkas e Ricardo Dias.
O filme recupera imagens raras de Pixinguinha e integrantes da Velha Guarda - entre eles, os sambistas Donga e João da Baiana - que foram captadas por Farkas, durante comemorações do quarto centenário da fundação da cidade de São Paulo, em 1954.
Depois disso, o filme ficou perdido nos arquivos de Farkas, um veterano documentarista e professor da Escola de Comunicações de Artes da USP, nascido na Hungria em 1926 e naturalizado brasileiro.
Há cerca de três anos, ele mesmo reencontrou as imagens que, originalmente mudas, receberam uma sonorização com a parceria do Instituto Moreira Salles.
Foram escolhidas músicas que o grupo estava realmente cantando, o que é visível pela leitura labial. Entre elas, os sambas 'Ele e eu' e 'Patrão prenda seu gado', esta última de Pixinguinha, Donga e João da Baiana.
O outro curta, 'Divino maravilhoso', de Ricardo Calaça (DF) foi mais tradicional ao retratar os rituais da Folia do Divino, cerimônia tradicional e religiosa do interior de Goiás.