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O pugilista que quis ser arquiteto

Filme sobre a trajetória de Éder Jofre, lenda do boxe, estreia amanhã em circuito nacional

Divulgação -
Único brasileirono Hall da Fama do Boxe, Éder manteve o título mundial dos penas por cinco anos
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Dono de um invejável cartel de 75 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas, o paulistano Éder Jofre é uma lenda viva do boxe. Primeiro e único lutador brasileiro a figurar no Hall da Fama do esporte, é apontado por especialistas como o maior peso-galo (categoria até 53,525kg) da era moderna. Nascido em 1936, começou como amador lutando pelo São Paulo Futebol Clube, seu time de coração. Curiosamente, é adepto do vegetarianismo desde 1956, confome admitiu no documentário “A carne é fraca”, de 2005.

Seu pai, o argentino José Aristides Jofre, conhecido como Kid Jofre (1907-1974), era um respeitável pugilista e passou valiosos ensinamentos a Éder, que sonhava ser arquiteto. O desabamento do teto do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, onde cursava aulas de desenho técnico, fez com que perdesse todo o material de estudo. Após o acidente, optou pelo boxe.

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Único brasileirono Hall da Fama do Boxe, Éder manteve o título mundial dos penas por cinco anos (Foto: Divulgação)

Sua primeira luta profissional foi em 1957 e, no ano seguinte, já se sagrava campeão brasileiro. Em 1960, tornava-se campeão sul-americano e mundial pela National Boxing Association, vencendo, por nocaute, o mexicano Eloy Sanchez. Um ano depois, unifica os títulos da categoria peso-galo vencendo o irlandês Jhonny Caldwell campeão da versão europeia. Manteve o título por cinco anos ganhando todos os desafiantes por nocaute. Naquele ano, em um resultado contestado, foi derrotado pelo japonês Fighting Harada. Em 1966, na revanche, outra derrota de Éder em um resultado controverso. Desiludido, encerra a carreira mas surpreende o mundo ao voltar aos ringues em 1970, com 34 anos, lutando pelos peso-pena, uma categoria acima de sua original. Foram 25 vitórias, sendo uma delas em cima do gigante cubano José Legra que lhe valeu o título mundial do Conselho Mundial de Boxe. Aposentou-se em 1976, após a morte do pai (1974) e do irmão, Dogalberto (1976).

Na década de 1980, enveredou pela política, elegendo-se vereador por São Paulo - inicialmente pelo extinto PDS e, depois, pelo PSDB. Exerceu três mandatos consecutivos, sendo um dos signatários da Lei Orgânica de sua cidade.