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Obituário: Cecília Conde, educadora musical, aos 86

Divulgação -
Cecília Conde, educadora musical
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Morreu na noite da última terça feira, aos 86 anos, a educadora musical e compositora Cecilia Fernandez Conde, em decorrência de um AVC. Seu corpo será velado na Sala Cecília Meireles amanhã, das 10h às 14h, e, em seguida, sepultado no Cemitério São João Batista.

Criadora e diretora do primeiro curso de graduação em Musicoterapia no país e com marcante atuação na área teatral carioca, Cecília cresceu em um ambiente musical - era filha da cantora Amália Fernandez Conde e sobrinha do compositor Oscar Lorenzo Fernandez. Formou-se em canto e piano no Conservatório Brasileiro de Música, onde atuou como professora, diretora técnico-cultural e diretora geral. No início da carreira, foi professora de educação musical e piano. Cecília ministrou aulas em todos os estados brasileiros, participando de diferentes projetos educacionais e culturais.

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Cecília Conde, educadora musical (Foto: Divulgação)

Entre 1964 e 1987, dedicou-se à preparação vocal de atores e compôs trilhas para mais de 30 espetáculos de grupos teatrais cariocas, principalmente os que eram encenados no Teatro Ipanema, como “O arquiteto e o imperador da Assíria”, de Fernando Arrabal, dirigido por Ivan de Albuquerque, 1970; “Hoje é Dia de Rock”, de José Vicente, 1971, e “A China é azul”, 1972, e “Ensaio selvagem”, de José Vicente, todos dirigidos por Rubens Corrêa.

Trabalhou com Paulo Afonso Grisolli e, sob a sua direção, participou da montagem de “A parábola da megera indomável”, em 1968, espetáculo inaugural do grupo A Comunidade. Com Amir Haddad e, mais uma vez, A Comunidade, trabalhou em “Agamêmnon”, de Ésquilo, 1970. E ainda com Tite de Lemos em “Hipólito”, de Eurípides, 1968; com Luiz Carlos Ripper, em “Avatar”, de Paulo Afonso Grisolli, 1974, entre outros. Seu desempenho no teatro recebeu elogios do crítico Yan Michalski.

Entre os prêmios que recebeu, destacam-se o Molière, pelo conjunto de seu trabalho em teatro, em 1970, o de melhor música para teatro infantil - Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro, 1972 , Funarte 1979, para o melhor roteiro de curta-metragem infantil, Prêmio Nacional da Música 1996, categoria Educação Musical (Funarte/Ministério da Cultura).

Integrou a equipe de coordenação do Projeto Música na Escola, junto à Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, entre 1999 e 2002, e era membro da Academia Brasileira de Música, ocupando a cadeira de Bidu Sayão. Foi vice-presidente da Sociedade Brasileira de Educação através da Arte e coordenadora de Ação Cultural do Programa Especial de Educação, da Secretaria Extraordinária de Programas Especiais do Estado do Rio de Janeiro. Cecilia Conde foi presidente do Comitê Latino-Americano de Musicoterapia e membro honorário do Foro Latino-americano de Educação Musical. Ela foi casada com o artista plástico Pedro Dominguez.