Streaming, Cinema

Por Tom Leão

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TOM LEÃO

Três séries baseadas em fatos reais, com ‘picaretas’ dos tempos modernos

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Publicado em 08/04/2022 às 11:26

Alterado em 08/04/2022 às 11:26

Tom Leão Foto: JB

Para quem curte séries baseadas em fatos reais (e atuais), no momento, os serviços de streaming oferecem três que valem a olhada. Uma delas é a badalada ‘Inventando Anna’, que está completa no Netflix há dois meses. Outras duas, muito boas, são ‘WeCrashed’, da AppleTV+, e ‘The Dropout’, do Star+. Estas duas últimas, ainda em curso, com episódios semanais.

Em ‘Inventando Anna’ (‘Inventing Anna’), Julia Garner (de ‘Ozark’) faz a russa Anna Sorokin, que se faz passar por Anna Delvey, suposta herdeira alemã que acaba por convencer metade de Nova York disso. E assim frequenta a alta roda e consegue dinheiro para investimentos que jamais serão realizados (ela nunca paga nada, tudo vem na base do ‘empréstimo’). Anna consegue tudo na boa fé e na lábia (além de ser uma bela moça). Ela consegue enganar até mesmo gente importante do meio financeiro. No fundo, é meio como aquele golpe do bilhete premiado. As pessoas só ficam suas amigas por conta dos supostos milhões que ela tem e, desse modo, poderão vir a se dar bem futuramente. Os ludibriados mereceram ser enganados. Como acontece no caso do falso bilionário daquele documentário ‘O Golpista do Tinder’, também do Netflix.

 

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WeCrashed' mostra a ascensão e queda do casal Neumann (feitos por Jared Leto e Anne Hathaway) e de sua empresa de coworking, a WeWork (Foto: divulgação)

 

Outro destaque na série (que tem nove episódios) é Anna Chulmski, que faz a jornalista Vivian Kent (baseada na verdadeira jornalista que levantou a história para a revista ‘New York’, Jessica Pressler). A verdadeira Anna Sorokin estava presa, e foi deportada para a Alemanha em março.

Bem mais interessante, e melhor realizado, é ‘The Dropout’ (oito episódios), que também tem como protagonista outra loura sedutora, que pode ser condenada por até 20 anos de prisão por fraude: a empreendedora Elizabeth Holmes (feita com esmero por Amanda Seyfried). Holmes fundou a Theranos, empresa de tecnologia que pretendia revolucionar o meio médico através de máquinas que fariam exames de sangue rápidos e completos em farmácias. O problema é que, mesmo com as máquinas não funcionando, Holmes e seu sócio/amante Sunny Balwani (Naveen Andrews, de ‘Lost’) enganaram a todos os investidores (incluindo Rupert Murdoch, da Fox News, que aportou US $120 milhões na empresa!), forjando testes.

 

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Amanda Seyfred faz Elizabeth Holmes, a empresária que frauda exames de sangue para impulsionar a sua empresa, Theranos, em 'The Dropout' (Foto: divulgação)

 

A ideia de Holmes era muito boa. Mas, obcecada em ser uma espécie de versão feminina de seu ídolo Steve Jobs (fundador da Apple), ela passou por cima de tudo, valendo-se apenas de (mais uma vez) seu charme e sua lábia. Ninguém diz não para uma loura bonita. Ainda mais, por ser a primeira mulher de destaque num universo tech dominado por homens.

Já o que fez a startup de coworking mundial WeWork afundar foi a ambição e ganância de seu fundador, o israelense Adam Neumann (ótima caracterização de Jared Leto), e de sua esposa, Rebekah Paltrow (Anne Hathaway, muito bem), como vemos em ‘WeCrashed’ (oito episódios, já foram exibidos seis). Se eles tivessem ido com mais calma, teria dado certo. Não foi questão de enganar os outros, como nas duas outras séries citadas. O que fez uma das startups mais valiosas do mundo (que teve filial no Brasil) se desvalorizar foi a ambição desmedida de ambos. E um camarada com uma lábia e cara de pau inacreditáveis.

Os sonhos de grandeza do casal os fez serem tirados da empresa, que continua existindo, sob nova direção (e Adam continuou bilionário, para ódio dos investidores). A série é baseada no podcast ‘WeCrashed’, que levantou a história. O que fica é que devemos ter mais cautela com essa galera dos ‘unicórnios’, como são chamadas estas empresas.

 

STREAMINGS+

*A minissérie do FX, “Pistol”, sobre o guitarrista do Sex Pistols, Steve Jones, dirigida por Danny Boyle, chegará em breve ao serviço de streaming Star+. Baseada no livro de memórias de Jones, de 2017, ‘Lonely Boy: tales from a Sex Pistol’, é uma minissérie de seis episódios sobre a revolução punk, que teve o Sex Pistols no centro dela, no fim dos 70s, na Inglaterra.

 

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'Pistol': ainda sem data de estreia para o Brasil, é minissérie baseada na biografia de Steve Jones, o guitarrista da banda punk Sex Pistols (Foto: divulgação)

 

*A Apple TV+ lançará em 29 de abril a série “Iluminadas”, estrelada e produzida por Elisabeth Moss, e com Wagner Moura no elenco. Com produção executiva de Leonardo DiCaprio, o suspense metafísico fará a estreia mundial com os primeiros três episódios, com novos capítulos às sextas-feiras.
*A Pluto TV está com um canal (#508) dedicado à premiada série de comédia ‘Schitt’s Creek’. Todas as seis temporadas serão exibidas em ordem cronológica e ininterruptamente.

*A segunda temporada de ‘The flight attendant’ entra dia 21 de abril no catálogo ‘HBO Max. E no dia 24 é a vez da volta da comédia de crime ‘Barry’, com a terceira temporada.

*Entrou no catálogo do Petra Belas Artes À La Carte ‘A Dupla Explosiva’ (1974), um dos 20 filmes que Terence Hill e Bud Spencer (dos filmes ‘Trinity’) fizeram juntos. Nos anos 1970, os longas da dupla fizeram imenso sucesso no mundo todo com um estilo único que foi muito copiado, inclusive no Brasil.
*O Disney+ lança, no dia 13 de abril, ‘A Era do Gelo: histórias do Scrat’, uma série de seis novos curtas animados estrelados por Scrat, o infeliz esquilo dente-de-sabre que aparece na abertura dos filmes da série de animação ‘A Era do Gelo’.
*Já estão disponíveis no Paramount+ as mais recentes temporadas de ‘South Park’, que, em breve, abrigará toda a série animada - desde a primeira temporada -, totalizando mais de 300 episódios, além dos filmes e especiais.

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