Muitos dos meus pacientes me perguntam como manter os seus filhos magros e saudáveis. Entendo que é difícil e que nem sempre se consegue controlar o que eles comem, pois hoje a oferta de produtos atraentes, refinados, industrializados e ultraprocessados é imensa. Mas no passado, nem existia esse questionamento, pois todos sabiam o que era comida. Provinham de colheitas de árvores, arbustos e dos animais, e as pessoas os comiam, crus ou cozidos de alguma forma.

Mas com a confusão atual, observamos que até as crianças estão tendo problemas de saúde antes comuns só em adultos e idosos. Os casos de diabetes tipo 2 aumentaram 50% nas crianças nos últimos 10 anos. Hoje, na América, 1 em cada 6 crianças é obesa, e no Brasil estamos evoluindo para isso. Também pudera: no século 19, se consumia cerca de 1 kg de açúcar / ano, e agora, uma criança consome em média 30 kg de açúcar / ano.

Tanto é que um novo estudo mostra que muitas delas já apresentam os primeiros sintomas de diabetes e doenças cardíacas. Avaliou-se crianças entre 7 e 9 anos, e observou-se que muitas tinham sintomas clássicos de síndrome metabólica, como:

•Pressão alta
•Gordura visceral
•Triglicerídeos elevados
•Redução do colesterol bom (HDL colesterol)
•Glicemia aumentada

Os resultados foram chocantes, pois 45% das crianças tinham pelo menos 2 desses marcadores. 37% das crianças, por exemplo, tinham pressão alta – o que aumenta muito o risco de diabetes ou doenças cardíacas quando chegarem à idade adulta. Portanto, é necessário rever a alimentação delas, além de estimular a prática de atividades físicas.

Comida de verdade para seus filhos desde o nascimento
Uma alimentação saudável não é nada complicada, e para isso lembre-se sempre de não comer o que a sua avó não reconheceria como comida. E mais, esqueça alimentos que duram em prateleira, ou seja, só ingira alimentos que eventualmente estraguem ou apodreçam. Para bebês, leite materno. Nas fórmulas comerciais frequentemente há açúcares adicionados.

Consuma vegetais e frutas orgânicas de preferência. Priorize carnes de animais criados à pasto, pois as carnes de confinamento apresentam qualidade inferior em termos nutricionais e maior concentração de agrotóxicos.

Os grandes vilões alimentares que colocam as crianças em risco são produtos com baixo teor de gordura e diet, refrigerantes, cereais matinais, doces e sucos de frutas com sabor artificial.
Genética e os alimentos gordurosos

Muitos acreditam que esses dois fatores são causadores de obesidade infantil, diabetes, doença cardiovascular e envelhecimento precoce. Porém um novo estudo confirma que a genética não tem correlação com o aumento impressionante da obesidade infantil.

Pesquisadores de uma universidade alemã estudaram 1.400 crianças de 6 a 19 anos e não encontraram ligações definitas entre os genes e a obesidade. Essa na verdade é uma boa notícia, pois significa que é a sua decisão que faz a diferença. E no caso das crianças, cabe a você garantir uma alimentação adequada para evitar problemas – agora e no futuro.

Supersaúde!
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Referências bibliográficas:
•Journal of the Academy of Nutrition and Dietetics. Vol. 116, Issue 3, March, 2016. Pages 501-528
•Circulation, 2017;135:e1017–e1034
•Medical Express. Sept 23, 2020
•Centers for Disease Control and Prevention. 2017, Sept 28.
•JAMA Pediatr. 2021;175(1):e205142
•The New York Times. Feb. 26, 2013
•6 Benefícios do aleitamento materno que você não conhecia – www.DrRondo.com

Dr. Wilson Rondó Jr.
CRM RJ 52-0110159-5
Cirurgião Vascular de formação e Nutrólogo
Registro nº 058357