O Outro Lado da Moeda

Por Gilberto Menezes Côrtes

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O OUTRO LADO DA MOEDA

Riqueza, pobreza e poluição

Publicado em 05/03/2024 às 19:28

Alterado em 05/03/2024 às 19:31

Tenho preguiça quando vejo os “rankings” periódicos da revista “Forbes” sobre os maiores bilionários do mundo. No ranking de ontem, Jeff Bezos, controlador da Amazon e do “Washington Post”, bate Ellon Musk, da Tesla, Space X e X (ex-Twitter) por US$ 200 bilhões a US$ 198 bilhões. As oscilações das ações de cada grupo nas bolsas podem mudar o ranking. Em 3º, vem o francês Bernard Arnaud, do conglomerado de luxo LVHM. No Brasil e no mundo, as listas da “Forbes” dão manchetes, causam inveja (a maioria é pobre) e são acompanhadas por criminosos dispostos a ações de sequestros que podem render milhões ou até bilhões de dólares em resgates. Por isso, os aparatos de segurança dos bilionários, em qualquer moeda, são também sofisticados.

O que está claro é que a riqueza dos bilionários cresce exponencialmente e de forma concentradora, o que aumenta a desigualdade mundial de renda. Segundo a CNN Internacional, relatório da consultoria Oxfam diz que, de 2020 para 2023, o patrimônio líquido das cinco pessoas mais ricas do planeta disparou 114%, atingindo US$ 869 bilhões (R$ 4,3 trilhões). Por isso, cresce entre os bilionários mais conscientes, como Bill Gates, da Microsoft, a ideia de taxação sobre as grandes fortunas para fins beneficentes, apresentada como proposta pelo ministro da Fazenda Brasil, Fernando Haddad, junto ao G-20. Por coincidência, onde há mais pobreza há mais doenças endêmicas, por falta de alimentação adequada e saneamento básico.

Rankings dos PIBs

Do mesmo modo, vejo com muitas restrições rankings de PIBs (o Brasil avançou duas casas em 2023 e ficou em 9º lugar) quando não se dá o valor relativo da população, um dos indicadores que diluiria a posição da renda per capita. As maiores populações do mundo estão na Índia (1.429 milhões), que ultrapassou a China, também na casa de 1.426 milhões, por alguns milhões de habitantes. O 3º país mais populoso são os Estados Unidos, com 339 milhões, seguido da Indonésia com 277 milhões.

E nem sempre a poluição de cada país leva em conta o tamanho da população e da sua indústria. China, 2º PIB e população do mundo, respondia por 30,9% da poluição mundial (pelo uso de carvão), os EUA, maior PIB, tinha fatia de 13,5% e os dois, juntos com a Índia (maior população e 5º PIB, que gerava 7,3% da poluição) respondiam por 51,7% da poluição global. O Brasil tinha apenas 1,3%. Entretanto, recentes pesquisas da Nasa, que levam em conta desmatamento (a floresta garantiria a redução dos gases de efeito estufa), colocaram o Brasil, a Malásia e a Indonésia com mais responsabilidade. Ou seja, se controlar o desmatamento e avançar nas práticas da transição energética rumo à economia verde, o Brasil pode ser credor mundial.

O Brasil, que é o 5º país em território (outro fator que influencia o PIB na produção agropecuária e na indústria extrativa), foi ultrapassado pelo Paquistão (240 milhões, segundo projeções da ONU) e pela Nigéria (223 milhões, idem) teria caído para o 7º lugar em população (a ONU usa os dados parciais do Censo do IBGE, que situou a população do país em 203 milhões – os números definitivos devem chegar a 216 milhões.

Outros sete países estariam com população acima de 100 milhões de habitantes. Bangladesh (172 milhões) superaria a Rússia (146 milhões), vindo o México em 10º, com 134 milhões. A Etiópia, o 11º, com 125 milhões, teria superado os 124 milhões do Japão, cuja renda per capita bate largamente os demais por ser o 4º PIB (mesmo perdendo o 3º lugar para a Alemanha (83,7 milhões), superado pelos 84,3 milhões da Turquia e 83,9 milhões do Irã.

Numa comparação com o Brasil, o México, com PIB de US$ bilhão e população de 134 milhões, estaria com renda média bem maior que o Brasil (PIB de US$ para 216 milhões de pessoas). Isso se aplica aos EUA X China e Índia. Entre os 20 maiores PIBs, destaque para Suíça, Austrália, Coreia do Sul e Holanda.

OLM

*Estimativas

As atividades mais poluidoras?

Sem dúvida, a queima de combustíveis fósseis, com o carvão à frente, lidera entre as atividades que mais poluem o ambiente. O petróleo é o 2º maior poluidor. Mas o que polui mais: a aviação ou os automóveis?

E entre os bilionários, quais os que controlam atividades mais poluidoras? Elon Musk polui mais que Bezos ou Bernard Arnaud. Musk está na linha de vanguarda dos carros elétricos, com a Tesla, mas os foguetes da Space X não anulam a economia dos carros com bateria de lítio ou motores híbridos.

Creio que os ecologistas deveriam fazer levantamento sobre as atividades mais poluidoras nos vários campos de atividade. Na indústria de petróleo e gás, o que polui mais, o querosene de aviação, a gasolina (que com adição de álcool polui menos), o diesel ou o óleo combustível (bunker) para navios? O gás, entre os hidrocarbonetos, é o que menos polui. E com adição de partículas de hidrogênio verde pode turbinar seu calor calorífico com poluição quase zerou.

Mercado vai elevando o PIB

Enquanto os índices de inflação futura caem para 2024 (de 3,80% para 3,76% na mediada no mercado e para 3,70% nas previsões dos últimos cinco dias úteis, os dados de 2025 em diante (3,51% e 3,50% nos últimos cinco dias) ficam estacionados em 3,50% (dentro do teto da meta – 3,00%+1,50%), o mercado vai ajustando para cima as projeções do PIB deste ano.

No final do ano passado, a expectativa era de 1,52%. Pois depois do PIB do 4º trimestre de 2023 – 0,0% e taxa anual de 1,9% - o mercado elevou a projeção na mediana da semana de 1,75% para 1,77% e subiu para 1,80% nas projeções dos últimos cinco dias, após o resultado divulgado pelo IBGE. O governo segue apostando em 2,2%.

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