O OUTRO LADO DA MOEDA
VAR: Bradesco lucrou mais que Itaú no Brasil
Publicado em 05/11/2021 às 17:15
Alterado em 05/11/2021 às 17:23
Gilberto Menezes Cortes CPDOC JB
O Itaú teve lucro líquido recorrente de R$ 6,779 bilhões no terceiro trimestre e de R$ 19,720 bilhões de janeiro a setembro. Teria vencido por pouco o Bradesco, que teve lucro líquido recorrente de R$ 6,767 bilhões (R$ 12 milhões a menos) no trimestre e de R$ 19,602 bilhões nos primeiros nove meses de 2021, uma diferença de R$ 118 milhões. Mas a cabine do VAR chamou o árbitro e lembrou que R$ 334 milhões do lucro trimestral do Itaú-Unibanco vieram de seus bancos controlados na América Latina.
Sem os ganhos da CorpBanca, que opera no Chile, Colômbia, Peru e México, e das filiais da Argentina, Uruguai e Paraguai, o lucro do Itaú no Brasil cai para R$ 6,445 bilhões e o Bradesco vence em 2021. Pelo critério do lucro contábil, o Bradesco teve R$ 6,648 bilhões de ganhos líquidos no terceiro trimestre, superando os R$ R$ 5,780 bilhões da corporação Itaú-Unibanco. Ou seja, também por esse critério o Bradesco teria ficado à frente do Itaú.
Mas o Itaú ganha por larga margem do Bradesco em ativos totais: R$ 2.154,8 bilhões, contra R$ 1.716,1 bilhões do Bradesco. Entretanto, na soma de recursos captados e carteiras administradas, o Bradesco ainda supera o Itaú, por R$ 2.627,5 bilhões a R$ 2.578,2 bilhões.
A disputa pelos clientes
Os dois bancos estão travando uma disputa renhida para ver quem conquista mais clientes e mais lucratividade. O Bradesco se concentra numa clientela de empresas, que recebem a maior parte dos seus empréstimos (R$ 308 bilhões para grandes empresas, com inadimplência que baixou 0,4% no segundo para 0,2% no terceiro, e R$ 161,3 bilhões para o segmento de pequenas e microempresas, com inadimplência crescente, de 2,6% para 2,7%). As pessoas físicas são minoria nos empréstimos (R$ 281,3 bilhões, com inadimplência aumentando de 3,4% no segundo para 3,6% no terceiro período).
No Itaú o perfil é mais concentrado nas pessoas físicas, que com saldo de R$ 303,7 bilhões e o índice de inadimplência, nos atrasos acima de 90 dias subiu de 3,5% para 3,6%. As pequenas e médias empresas receberam R$ 146,3 bilhões, com inadimplência aumentando de 2,6% para 2,7%. Um fato extraordinário foi o atraso nos créditos para grandes empresas (R$ 295,1 bilhões), que se elevaram de 0,3% em junho para 1,1% em setembro.
Outro campo de disputa são as receitas de serviços. O Itaú apurou R$ 10,070 bilhões no trimestre, além de R$ 1,924 bilhão de receitas de seguros e previdência das empresas controladas ou associadas. Mas R$ 842 milhões, indica o VAR, vieram das operações da América Latina. No Bradesco, as receitas de prestação de serviços somaram R$ 8,756 bilhões, além de R$ 3,213 bilhões em receitas da Bradesco Seguros (100% controlada pelo banco). Mas, desta vez as atividades das empresas de seguro de vida e previdência, capitalização, ramos elementares e saúde deram das menores contribuições dos últimos anos, apenas 22,5%.