O Outro Lado da Moeda

Por Gilberto Menezes Côrtes

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O OUTRO LADO DA MOEDA

Para Itaú, emergentes avançam na vacinação e controle da Covid

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Publicado em 11/06/2021 às 19:16

Alterado em 11/06/2021 às 19:17

Gilberto Menezes Cortes CPDOC JB

O Departamento de Estudos Econômicos do Banco Itaú fez novas previsões positivas para a economia mundial, em recuperação, graças ao aumento da vacinação. Para o Depec Itaú,“os EUA e a Europa conseguiram algum grau de controle da pandemia de Covid-19 por meio da vacinação, e agora progridem na direção de uma reabertura consistente das economias. Os países emergentes também seguem na mesma direção. Aparentemente, o pior momento da última onda mortal da doença ficou para trás e as campanhas de vacinação estão ganhando velocidade”, assinala o estudo.

“Na China, a vacinação acelerou bastante em maio e provavelmente atingirá a meta oficial de imunização de 40% da população em meados de junho. Nos outros emergentes, o ritmo de vacinação deve melhorar, uma vez que as 3,1 bilhões e 3,3 bilhões de doses estimadas para o 3º e 4º trimestres de 2021, respectivamente, serão fornecidas principalmente para essas nações”. Na América Latina, a pior fase da última onda provavelmente já passou, embora os casos ainda estejam aumentando em alguns países. A expectativa é que "a região continue marchando em direção ao controle definitivo do vírus nos próximos meses”, diz o comunicado do banco.

Sobre os mercados emergentes da Ásia, assinala que “também estão conseguindo conter o vírus. Houve um arrefecimento dos novos casos na Índia e no Sudeste Asiático e a imunização atingirá 60% da população até o 4º trimestre de 2021. Essa aceleração na vacinação reduzirá a diferença entre os países desenvolvidos e emergentes, que atingiu seu ponto máximo no 2º trimestre. Isso potencialmente permitirá o controle do vírus em nível global até o final do ano”

A recuperação da economia e os desafios, em resumo:

“• Os países emergentes provavelmente terão avanço da vacinação e controle da pandemia nos próximos meses.

• EUA: O risco de inflação persiste, mas a pressão tende a ser temporária. Estimamos o núcleo do PCE (inflação do consumidor) em 2,9% em 2021 e 2,3% em 2022 com a retirada gradual de estímulos pelo Federal Reserve.

• China: A retirada de estímulos está ocorrendo de forma gradual, reduzindo o risco de uma desaceleração excessiva da atividade econômica. Mantivemos a previsão para o crescimento do PIB em 2021 em 8,5% e elevamos a estimativa de 2022 de 5,0% para 5,8%.

• Zona do Euro: A recuperação deve ganhar força, levando o PIB da região de volta à tendência pré-pandemia até o fim do ano.

• Commodities: Preços devem se estabilizar em níveis favoráveis, reduzindo a pressão inflacionária, mas continuando a dar suporte às exportações e às moedas de países emergentes.

• América Latina: Crescimento mais forte e inflação mais alta devem levar a aperto monetário mais abrangente”.

Crescimento de 0,7% nos serviços anima PIB

O avanço de 0,7% em abril frente a março no volume de vendas do segmento de serviços apurado pelo IBGE animou o mercado na expectativa de um PIB mais robusto este ano. O Itaú refez esta semana a previsão para um crescimento de 5,5% (5% na previsão de 18 de maio, sendo que a taxa do início do mês passado era de 3,8%). Apesar da recuperação (depois de queda de 3,1% em março, o setor de serviços se encontra 1,5% abaixo do patamar de fevereiro de 2020. No acumulado no ano o avanço foi de 3,7% e o acumulado em 12 meses ainda está negativo (-5,4%).

Vale observar que na composição do Produto Interno Bruto, apurado a cada trimestre pelo IBGE na Contas Nacionais, o setor de serviços (como um todo) tem peso superior a 70%. Mas nas pesquisas mensais de serviços, o IBGE só pesquisa fração do segmento, com peso aproximado de 30%. Ficam de foram as atividades de instituições financeiras e seguros (que têm peso em torno de 9% no PIB), atividades imobiliárias (peso em torno de 7/8%); e administração pública (Saúde, Educação, por exemplo), com peso pouco superior a 10%.

O IBGE faz pesquisa mensal também do setor comércio (varejo restrito, com hipermercados, supermercados, comércio de combustíveis e lubrificantes, farmácias e lojas; e varejo ampliado, com automóveis, motos e autopeças e materiais de construção). Em abril, abrindo o 2º trimestre, o varejo cresceu as vendas em 1,8% e o varejo ampliado em 3,8%. Ficou acima do patamar pré-pandemia. Entretanto, é preciso levar em conta que com a forte inflação dos alimentos e dos combustíveis (os primeiros acima de 10% e os combustíveis acima de 20%) as estatísticas previsão ser melhor depuradas ao longo do ano.

A indústria segue claudicante. Quando a demanda melhora, faltam componentes para a retomada de produção, no caso da indústria automobilística, cuja atividade tem enorme efeito multiplicador, pela crise mundial de oferta de chips, indispensáveis à utilização dos diversos componentes eletrônicos das autopeças nas linhas de montagem.

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