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Por Redação JB

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Leishmaniose no Rio: comissão defende ampliação de medidas de controle do mosquito transmissor

Vereador Dr. Marcos Paulo quer mais ações de prevenção, mais testagem para identificar os animais contaminados e encaminhá-los para o tratamento

Publicado em 23/06/2023 às 20:35

Alterado em 23/06/2023 às 20:43

Imagem da audiência pública Divulgação

Para debater medidas de controle e tratamento da leishmaniose visceral animal, o vereador Dr. Marcos Paulo (Psol), presidente da Comissão de Saúde Animal, promoveu na Câmara do Rio, nesta sexta-feira (23), audiência pública intitulada "A situação da Leishmaniose animal na cidade do Rio de Janeiro".

O número de notificações da doença quadruplicou nos últimos seis anos no Rio, de acordo o Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária da Prefeitura do Rio (Ivisa-Rio). Foram 601 registros em 2017, saltando para 2.841 em 2022. Os bairros com mais casos confirmados são o Centro, a Zona Portuária e Zona Norte, com destaque para o Méier.

“Estamos aqui para cobrar da Prefeitura e dos órgãos competentes, que fortaleçam as políticas públicas municipais voltadas à leishmaniose animal com ações de combate ao mosquito transmissor, ampliação da testagem dos animais e do tratamento veterinário, e que a Prefeitura forneça o medicamento gratuitamente", cobrou o vereador Dr. Marcos Paulo, que alerta sobre a subnotificação: “O número oficial de casos de leishmaniose animal está aumentando ano após ano e, certamente, a realidade pode ser muito pior”.

De acordo com os especialistas, ainda não existe cura definitiva para a Leishmaniose visceral canina e, muitas das vezes, devido ao alto custo do tratamento/controle clínico, os animais são encaminhados para eutanásia ou acabam abandonados. Segundo a coordenadora do Laboratório de Vigilância Entomológica da Fiocruz, Elizabeth Ferreira Rangel, as medidas de prevenção e controle da zoonose devem ter como alvo o vetor (mosquito palha).

“Nossa experiência mostra que quando se fala em prevenção, a ação mais eficaz é realizar campanhas educacionais para esclarecer a comunidade como evitar a proliferação do vetor”, explicou a pesquisadora.

PRESENÇA ILUSTRE

Presença ilustre para esse importante debate, da vira-lata Sorriso, de 6 anos, ex-portadora da doença, que foi acompanhada da tutora advogada Sofia Wajnsztok. A cadela fez todo o tratamento e acompanhamento no veterinário e, atualmente, está “negativa” para doença.

A tutora explica que a rotina é de muito amor e brincadeira com o animal, precisando de alguns cuidados especiais como ir ao veterinário uma vez ao ano, tomar a medicação e usar a coleira repelente. “Ela veio para mim com uma missão: salvá-la. É uma cadela perfeita, pede carinho para todo mundo”. Emocionada, Sofia ainda faz um pedido: “não abandonem os animais com Leishmaniose. Lutem, eles vivem por muito tempo”.

O debate foi acompanhado por protetoras de animais da cidade, representantes das Comissões de Proteção Animal das subseções da OAB Barra da Tijuca e Leopoldina, e tutoras de cães que convivem com a leishmaniose. Participaram da mesa da audiência, os demais vereadores da Comissão Especial de Saúde, Paulo Pinheiro (Psol) e Luciana Novaes (Psol); a Coordenadora do Laboratório de Vigilância Entomológica da Fiocruz, Elizabeth Ferreira Rangel; a presidente do Instituto Municipal de Vigilância Sanitária, Vigilância de Zoonoses e de Inspeção Agropecuária (IVISA-RIO), Aline Borges; e o conselheiro do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-RJ), médico-veterinário Julio Israel Fernandes; e o presidente da Suipa, Marcelo Mattos Marques. A Secretaria Municipal de Proteção e Defesa Animal (SMPDA) foi convidada, mas não mandou representante.