Uma quinzena otimista
...
.
Deve ser a Primavera. Ou as notícias sobre menos gente pagando imposto de renda. Talvez a existência de uma juíza justa em ação. O fato é que há um ar de otimismo. Ficou mais claro depois de ver como a Semana de Moda de Paris voltou ao que era antes da pandemia. Na semana seguinte, na volta aos eventos nacionais, uma euforia animadora.
Vamos por partes:
A Farm lançou seu alto-verão, com um ótimo tema praiano. Na loja da Praça Nossa Senhora da Paz (onde era a Krishna, agora com um providencial elevador), reuniram-se clientes, vendedoras, carrocinha do Sorvetiño, servindo copinhos de sorvete nas cores da coleção e até o vendedor de biscoitos Globo e mate, como nas praias cariocas. Entre as novidades, destaque para os shorts e vestidos balonês, a estampa da praia vista de cima, com as barraquinhas, as pessoas e o mar na barra da saia. A camiseta com o logo bordado, o jeans, que parece nada especial - mas tem o Pão-de -Açúcar estilizado no bolso de trás.
Minivestido balonê, saia com barcos e regata bordada e vestido com peixes voadores. E o agasalho Adidas, em versão cropped (foto Ines Rozario)
A melhor história da tarde foi a Farm Futura: a Fábula é a marca desenvolvida para crianças de 0 a 12 anos. Só que as menininhas a partir de uns 8 anos começaram a pedir looks para maiores! Então, foi criada a Farm Futura, para a turma de 8 a 12 anos.
A Casacor costuma encantar pelos ambientes. Desta vez, o encanto foi por uma marca, a Líder. Trata=se de uma potência que celebra 80 anos, produzindo móveis, projetos e cozinhas, em uma planta a 20km de Divinópolis, em Minas Gerais. São 1500 funcionários, 20 lojas no Brasil. O melhor da visita foi conhecer o Guilherme Leite Ribeiro, diretor de criação da marca, que há 10 anos pesquisa e produz o trabalho de novos designers. Nesta edição da CasaCor Rio o trabalho da Líder está nos ambientes dos arquitetos Cadê Marino e Diego Raposo. Dois profissionais com paixões distintas: Cadê queria ser músico, Diego ama Arte. Ambos expressaram seus sonhos com as poltronas da coleção Sweet Design, a mesa Viga, as mesinhas Bahia, inspiradas nos braceletes das baianas, e uma verdadeira exposição de Arte das paredes do Lounge do galerista. Um ambiente que Patricia Mayer afirmou que fará parte da CasaCor Rio como um local de encontros, daqui pra frente. Outra boa surpresa, o Café do Écio Cordeiro de Mello, assinado por Renan Altera. Écio, um chef muito querido no circuito da moda, propõe desde o francês Croque Monsieur, até uma invenção, o doce de batata roxa com chantilly.
Na quinta-feira foi a vez do Rio Ethical Fashion, que chega vitorioso à quinta edição. Sem desfiles, quase sem roupas exibidas, atraiu na tarde chuvosa uma boa platéia para o auditório do Museu do Amanhã. Gente interessada em ouvir pessoas que atuam na moda, através de práticas sustentáveis. Como Walter Rodrigues, Rodrigo Tremembé, Renato Imbroisi, Ronald van der Kemp e Thayná Soares. Com eles, descobrimos o poder da Amazônia, a importância da moda circular. o que aconteceu no deserto do Atacama - um lixão de roupas, visível em imagens de satélites. Muita informação para um dia só. Daria um seminário fechado de pelo menos 2 dias.
__________________________________________________
Ainda de Paris, o que ficou como tendência:
decotes de alcinhas
mangas únicas
drapeados e babados
brincos grandes
botas de tecido (ou sandálias de cano alto)
cores neutras
a volta do cinto e das faixas nos quadris
casacos de cintura marcada
A maquiagem é quase básica, os cabelos entre o rabo-de-cavalo e o ondulado natural ou o coque-banana. O caminhar na passarela e as poses nos backdrops continuam com as pernas em X.
Uma sugestão: a menina Sasha Meneghel deveria tentar entrar na agenda de Paris. Não como um showroom ou participação em salão. Como fizeram as irmãs Olsen, com a coleção da The Row. Sasha, leva a Mondepars para Paris.
__________________________________________________