Moda e Estilo

Por Iesa Rodrigues

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IESA RODRIGUES

Grupos salvadores

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Publicado em 24/08/2024 às 11:56

Alterado em 24/08/2024 às 11:56

Celebração da formação do grupo AZZAS 2154, que reúne 34 marcas brasileiras Foto: divulgação

Já que o nudismo ainda não é opção, e a revolução industrial garantiu muitos empregos, a moda continua evoluindo e superando todo tipo de crise.

Sem falar no tempo elitista, em que as nobrezas e a burguesia vestiam sedas e veludos, vamos pensar na fase democrática.

Depois da roupa sob medida, no início do século 20, origem da Alta Costura, os anos 1950 marcaram a euforia do prêt-à-porter, quando abriram as marcas até hoje famosas. Dior, Balmain, Yves Saint Laurent, Ungaro, Cardin, Lelong, e outros, que se reuniram em câmara sindical, produziram semanas de desfiles e abriram lojas. Até que surgiu a geração de Kenzo, Claude Montana, Thierry Mugler, mais os italianos, uma concorrência que deixou os anteriores rotulados como superados.

A salvação dos 90

O risco iminente das falências assustou a todos. A salvação veio pela venda das marcas nos anos 1990 para o grupo LVMH, em princípio reunindo Louis Vuitton, e as bebidas Moët Chandon e o conhaque Hennessy. Este primeiro grupo deu origem ao conceito do luxo, incluiu Dior e Givenchy como as grifes principais, lideradas por jovens ingleses, recém-saídos da London Saint Martin School. Em seguida, o grupo PPR (Pinault, Printemps, Redoute) pegou Gucci, que liderou um subgrupo de luxo, que incluia Stella McCartney e Saint Laurent entre outros. Agora o PPR trocou o nome para Kering, Stella ameaça sair, porque não admite trabalhar ao lado da Gucci, que usa couro nas coleções.

Agora, aqui

A primeira formação de grupo brasileiro veio de Santa Catarina. A partir da potência da malharia Menegotti, foram adquiridas marcas como a Colcci, a Sommer, Forum, Tufi Duek, Triton, Coca-cola Jeans e formado o grupo AMC Têxtil. Deu certo? Melhor do que a tentativa de um grupo ligado a bancos e financeiras, que seduziu talentos como Alexandre Herchcovitch e Isabela Capeto. Grupo de moda tem que ser com liderança que entende do assunto.


Alexandre Birman, da família Arezzo, é o CEO do novo grupo Foto: divulgação


Este texto enciclopédico se justifica para dar os parabéns ao grupo AZZAS 2154 SA, união da Arezzo&Co, que inclui Schutz e Alexandre Birman, com o grupo Soma, liderado pela Animale, junto com Foxton, Maria Filó, Reserva, Hering, Dzarm. A combinação de negócios começou também a operar como AZZA3 na B3, a maior bolsa de valores da América Latina e a única a operar no Brasil.

O CEO do AZZAS é Alexandre Birman, que celebra:

“Este é um momento de alegria para todos nós, consolidar a integração de dois líderes do setor, dando origem ao maior grupo de moda da América Latina, demonstra sobretudo como acreditamos no Brasil, principalmente em um dos nossos maiores diferenciais, nossa criatividade. Estamos muito felizes em dar início a esse novo capítulo da moda brasileira, reunir grandes talentos em uma plataforma de marcas, com diretrizes de padrão global, valorizando a identidade de cada marca e fortalecendo nossa presença no mercado, para proporcionar uma entrega excepcional aos nossos stakeholders (partes interessadas).”.


Na abertura do grupo, celebrando a entrada na Bolsa de Valores: o CEO Alexandre Birman, Anderson Birman, fundador da Arezzo, Roberto Jatahy, do grupo Animale/Soma e Gilson Finkelsztain (da B3, maior bolsa de valores da América Latina) Foto: divulgação

Quem participa

A nova estrutura irá operar a partir de quatro unidades de negócio:

Calçados e Acessórios: Arezzo, Schutz, Vans e outras no portfólio

Vestuário Feminino: Farm, Animale, Maria Filó, NV e outras

Vestuário Masculino: Reserva, Oficina, Foxton e outras

Vestuário Democrático: Hering, Hering Kids, Hering Intimates e Dzarm.

No total, são 34 marcas e cerca de 22 mil colaboradores diretos. Mais de 2 mil lojas, das quais 1,5 mil são franquias, e 22 mil multimarcas.

Esta é a situação atual da moda. Das marcas francesas, Chanel é a única que não se filiou a grupo, continua independente, com sede no Panamá e a família Wertheimer como proprietária, morando no Canadá. Para entender melhor, vale assistir às séries New Look e Becoming Karl Lagerfeld.

Um comentário sobre o começo do texto: nudismo seria muito sem graça, poucas variações. Nada como uma roupinha, até para exercitar a sensualidade…

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