Moda e Estilo

Por Iesa Rodrigues

IESA RODRIGUES

Modalidade briga de logos

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Publicado em 19/06/2022 às 11:02

Alterado em 19/06/2022 às 11:02

Iesa Rodrigues JB

Há algum tempo, cada vez que um corte de cabelo ou um modelo de sapato eram citados como chanel em um texto do Jornal do Brasil, em poucos dias chegava uma carta (naquela época ainda era a carta que dava o toque sério), da Maiosn Chanel ameaçando com processo por usar o nome da grife em produtos que nào eram seus.
Esta situação persiste, tanto que diariamente no e-mail chegam notificações do BOF - Business of Fashion - comentando as disputas de royalties no mundo das modas.

 

Por aqui

O estilista e confeccionista brasileiro Hermes Inocêncio estava feliz e contente, vendendo informalmente suas criaçòes em feiras, no Galeria Café. “Nem me preocupei em registrar a marca, porque era meu próprio nome, e o INPI leva cinco anos até confirmar a marca”, conta Hermes, que abriu a primeira loja em Ipanema, um sucesso graças às vitrines cheias de sugestões de roupas masculinas coloridas e estampadas, que agradam aos turistas e aos cariocas praieiros.

“Só que há seis anos a francesa Hermès abriu a loja na esquina da Garcia d’Ávila. Pouco tempo depois, recebi um calhamaço de papelada de Paris, reclamando do meu nome e do logo, Porque no Google, quando a pesquisa era por Hermès, meu nome vinha logo depois do deles! A esta altura ainda não era um processo jurídico. Mas depois de seis anos de reclamaçòes comecei a me preocupar em pelo menos manter meu nome e evitar os gastos deste tipo de disputa, enfrentando advogados de uma grife poderosa internacional.”

Por enquanto, está tudo combinado. A Hermès fica com seu nome e a carruagem com cavalinho, Inocêncio tirou o HI do logo, manteve o cachorrinho mascote e o seu nome completo em baixo. “Só que tenho que pedir de novo o registro no INPI. Mas vamos em frente”.

 

Macaque in the trees
Hermes Inocêncio (Foto: divulgação)

 

Macaque in the trees
A logomarca (Foto: reprodução)

 

Macaque in the trees
Gutto Fernandes veste look grafitado e assinado (Foto: Matheus Ribeiro / divulgação)

 

Indo em frente

O “vamos em frente”do Hermes inclui a primeira coleção cápsula masculin de inverno - primeira, porque suas vitrines sempre ostentam peças de verão e praia. “Costumo diluir as básicas do ano inteiro, alterando as cores. Mas desta vez,.faco uma exaltação à marca. Meu nome está nas camisetas, nas camisas, no streetwear de microfibra com elastano, mais os nomes de lugares onde tenho clientes, como Chile, Nova York, Paris, Buenos Aires e, claro, o Rio”.

Não é só isso. Ao mesmo tempo da coleção de inverno e dos procedimentos legais, Hermes dá a entrevista em meio à obra de uma nova loja, desta vez dedicada à clientela feminina. “Ëra uma oportunidade imperdível, basta dobrar a esquina e estou lá, na quadra da praia. Elas sempre me pediam para criar roupas femininas. Será a Water Ladies, que além de moda praia terá roupas leves e coloridas.”

Assim, temos um final feliz. Nunca mais chamei de chanel um corte de cabelos nem sapatos de tira no calcanhar. Mas Hermes Inocêncio saiu bem da disputa com uma gigante que faz bolsas com lista de espera e lenços de seda com estampas de temas equestres. A Water Ladies abre na primeira quinzena de agosto, para alegria das turistas e das cariocas adeptas destes looks de eterno verão.

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