As semanas de moda voltam a se realizar com plateia. Depois das apresentações masculinas e das mostras de Milão, é a vez de Paris exibir suas propostas, tanto de vestir como de produzir os shows. Ainda há quem prefira o formato online, outros, adotam os dois formatos, presencial e live. Por enquanto, são 13 eventos online, 45 desfiles e apresentações presenciais. A semana de Paris vai de segunda-feira, dia 28 de fevereiro até terça-feira, dia 08 de março.

Tem brasileiras na semana

Durante a semana parisiense, há eventos anexos. Em um deles, o Flying Solo, que reúne novos talentos no primeiro dia, está incluída a Atelieria Bridal & Wedding, das irmãs Karen e Xu Tognato, sócias na marca. Karen assinava a marca Carmelitas, no início dos anos 2000 e Xu, idealizadora da Atelieria, garantiu a volta a Paris, depois de apresentar suas noivas em 2020. Desta vez serão apresentados oito modelos de vestidos de noiva, produzidos em Itajaí, cidade praiana e porto de Santa Catarina (uma das praias mais famosas é a de Cabeçudas). Os modelos artesanais são confeccionados em rendas, tules e sedas, com bordados de pedrarias e joias.

“Para nós, é motivo de orgulho representar o Brasil pela segunda vez, mostrando o universo de noivas através das nossas criações. O Flying Solo, durante a semana de moda de Paris, é um evento que reúne designers de todo o mundo em um lugar icônico, a poucos minutos da Avenida dos Champs Elysées”, explicam as irmãs Karen e Xu Tognato, fundadoras da Atelieria. Os vestidos desfilados na Galerie Bourbon (Avenue Marceau, perto do Arco do Triunfo) serão vendidos em seguida ao evento no site da marca.

Quem mais passou por Paris

Assisti a alguns desfiles de marcas brasileiras na Europa. Estes foram importantes:

Ocimar Versolato: um talento visionário, que chegou a ter um ateliê na Place Vendôme, onde foi um estúdio do Chopin. Os vestidos longos em risca-de-giz lançados antes da Prada foram um dos trunfos elogiados pela imprensa internacional. Assinou coleções para Lanvin. Mas os atrasos que chegavam a três horas, acabaram por afastar os fotógrafos, que ficavam nervosos quando perdiam os desfiles seguintes. Sem fotos, a coleção não tem divulgação.

Walter Rodrigues: vi dois desfiles deste talento, um no subsolo do Museu do Louvre, que era o point oficial dos desfiles na época, e outro, cheio de ideias em jeans, na Embaixada do Brasil.

Alexandre Herchcovitch: escolheu uma sala no Marais, apresentou uma boa coleção. Mas errou ao colocar as editoras brasileiras nas filas B e C. Uma estratégia nada simpática, que comprometeu a cobertura, principalmente porque a fila A não lotou.

Alexandre Birman: impressionante a ousadia do designer de sapatos do grupo Arezzo. Sua coleção esteve exposta no gazebo do jardim do Ritz. hotel quase inacessível para quem não é hóspede Uma bela coleção,com amarrados e veludos, botas de peles.

Gloria Coelho: este desfile vi em Madri. Gloria não erra na coleção. Mas ficou decepcionada com o casting. “Gosto de modelos jovens, estas não são mais garotinhas”.