
IESA RODRIGUES
Mudança de rumo traz novos nomes
Publicado em 06/02/2022 às 11:40
Alterado em 06/02/2022 às 11:54

Estes anos de pandemia ensinam a acreditar que há muitos caminhos a seguir, diferentes dos que estamos acostumados. Acompanhando o movimento da área que observo há algumas décadas, estas mudanças ficam mais evidentes. O tema chama a atenção porque demonstra que a moda continua se renovando a fornecendo novos nomes. O que mais uma vez aproxima o fenômeno da moda de outra área criativa: a Arte. Tanto nas maravilhas da Alta Costura, quanto em um simples guardanapo produzido por mulheres brasileiras que cuidam da família, tudo expressa a vontade de conquistar nossos olhares.
Volta ao começo
Um exemplo é Adriana França, mais conhecida na moda carioca como uma eficiente assessora de imprensa e atleta dedicada (ao ponto de competir no triatlo!). Enquanto cursava Comunicação e Moda, começou a pintar sedas, lenços que eram transformados em roupas cobiçadas e exclusivas em marcas como a Maria Bonita e Gregorio Faganello. Quando decidiu abrir a assessoria, ensinou as técnicas para a amiga Letícia Gama de Medeiros, que continuou a atender aos clientes. “Ela pintava melhor do que eu!”, comenta, modesta.
Saída de cena
Adriana subia caminhos de bicicleta, nadava na praia, arrebanhava a companhia do filho Gustavo. De vez em quando, vinham notícias de quedas, empurrões de motoristas mal educados, mas nada dela desistir do atletismo.
Mas lá veio a pandemia, o isolamento, as lojas fechadas. “Há dois anos fechei a assessoria. Saí do Rio, fui para a serra durante alguns meses. E pensei em retomar a pintura em tecido, junto com a Letícia”.
Mudança em curso
O resultado da volta aos pinceis e tintas é a MaGu (nome vem de Maria, filha da Letícia e Gustavo, da Adriana). “Pintamos quase tudo em linho. Serviço americano, toalha de mesa, porta-copos, descansos de panelas, capas de almofada, aventais, a prioridade são peças para a casa, pintadas e bordadas, Os lenços de seda continuam a ser encomendados, viram belos vestidos na Fernanda Chies.”, conta Adriana. O melhor desta mudança que faz sucesso é o fato de precisarem aumentar a produção, trabalhando com equipes só de mulheres. “Gente que trabalha em casa, devem cuidar da família, criar os filhos”.
A MaGu segue em frente. No Rio, é vendida na Lá em Casa (Jardim Botânico), na Santa Cruz (antigo bazar do Leblon, agora loja chic), no Studio Grabowsky (Búzios), na Prosa na Cozinha (Jardim Botânico). E além do site próprio , as vendas ocupam páginas de todas as mídias sociais, Instagram, Facebook. “Só falta o TikTok”, lembra Adriana, que graças a estas facilidades online alcança todo o Brasil.
Tem mais
Nem só de almofadas e serviços americanos vive a MaGu. “Aceitamos encomendas de vários tipos. Nossos padrões podem ser abstratos como o tie dye ou figurativos, como as estampas de cactos e de tatuagem. Vamos além: sabe aquele sofá que manchou de vinho? A pintura disfarça a mancha. Aquela parede sem graça? Fica linda, colorida”.
Entra mergulhos nas ondas, pedaladas e corridas, Adriana e Letícia pegaram este caminho, que ainda por cima tem o mérito de ajudar artesãs talentosas. E trazer alegria para as casas, com o colorido do trabalho.
Quanto custa? Na MaGu um serviço americano custa R$ 70, um jogo de seis porta-copos, R$ 45.