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Empresas usam garrafas pet para revestir móveis

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JB Online

RIO GRANDE DO SUL - Duas empresas, que lidam com o plástico pet, encontraram uma maneira de não agredir o meio ambiente e ainda lucrar. A laminados decorativos Formplast, de Gravataí, no Rio Grande do Sul, produz chapas e bobinas de laminados compostas pelo plástico pet para revestir móveis. E a empresa de maquinários para a indústria moveleira RS MAK criou e desenvolveu uma máquina que faz a aplicação desse material em madeira ou similares por processo de sucção.

Ambas as empresas vão expor na Feira Internacional da Qualidade em Máquinas, Matérias-Primas e Acessórios para a Indústria Moveleira, a FIQ 2008. O evento, que está em sua 6ª edição, será realizado de 8 a 11 de abril, no Expoara Centro de Eventos, em Arapongas, norte do Paraná, região que abriga um dos maiores pólos moveleiros do país.

Segundo dados do Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagem), o Brasil produzia, em 2002, cerca de 255 mil toneladas de plástico pet, e apenas 67 mil toneladas (26%) eram recicladas. Com a produção de bobinas e chapas de laminados em pet, a Formplast consegue retirar, por mês, 6 milhões de garrafas do meio ambiente. De acordo o gerente comercial da empresa, Rodrigo Severo, há seis meses, a empresa tinha um consumo de 2 a 3 milhões de garrafas pet por mês. Depois que a planta da fábrica foi ampliada, o consumo passou a representar mais que o dobro desse número por mês.

Só duas empresas produzem esse tipo de revestimento no mundo inteiro. A Neoform Plásticos, empresa de que faz parte a Formplast, é uma delas. A outra fica na Alemanha. Além de trazer benefícios ao meio ambiente, considerando que uma garrafa pet pode demorar centenas de anos para se decompor, e que a produção de laminados em PVC libera substâncias poluentes sob aquecimento, a escolha do material reciclável para revestimento de móveis não foi à toa. O plástico pet confere à madeira resistência a impactos, devido à sua dureza, facilidade de limpeza, e ainda representa uma barreira à umidade, recomendável, portanto, para móveis de banheiros. No processo de produção, o laminado pet também oferece possibilidade de dobragem a frio em cantos arrendondados, facilidade no momento do corte e a sua cor não amarela, ao contrário do que acontece com as pinturas tradicionais. Atualmente, a Formaplast oferece uma palheta de 43 cores para o laminado, entre texturizadas e madeiradas.

Segundo o gerente comercial da empresa, de 2001 para cá, a aceitação do revestimento em pet cresceu consideravelmente. Atualmente, a Formplast vende cerca de 400 mil m² do laminado por mês, principalmente para as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sul do país. O produto é vendido para indústrias moveleiras e também para revendedoras.

Apesar de o laminado poder ser aplicado à madeira ou semelhante manualmente, apenas com a aplicação de cola à base d´água, a empresa RS MAK pensou em nível industrial. Airton Sonaglio, sócio-proprietário da empresa, foi quem idealizou o projeto de uma máquina que faz a aplicação do revestimento pet a partir de tratamento térmico seguido de processo de sucção. As chamadas termomodeladoras aquecem o laminado, amolecendo-o e, com processo de sucção, modelam o revestimento sobre qualquer tipo de superfície, seja ela em baixo ou alto relevo, respeitando ainda as curvas da peça.

Tanto o laminado feito de garrafas pet quanto a termomodeladora estarão em exposição na FIQ 2008. A feira já tem cerca de 180 expositores confirmados. A expectativa da organização é receber um público estimado em 28 mil pessoas nos quatro dias do evento e gerar R$ 300 milhões em negócios durante e pós-evento